Imagens de um avião e um helicóptero sendo queimados por agentes federais durante operação contra o garimpo ilegal chamaram a atenção na última semana e geraram o questionamento: por que não confiscar, leiloar ou até mesmo usar esse equipamentos em vez de destruir?
Questionado sobre o tema, o Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis) explicou que há dificuldades em retirar equipamentos da Terra Indígena.
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Na maioria dos casos, a retirada de maquinário pesado de áreas como terras indígenas é inviável do ponto de vista logístico. Não por acaso, tanto a legislação quanto a decisão judicial que determina o combate ao garimpo em território yanomami permitem a destruição desses equipamentos pelo Ibama – Ibama
O órgão também explicou que, em atividades ilegais, a preocupação em fazer as corretas manutenções não existe. Isso impossibilita o uso seguros das aeronaves. “Frequentemente, as aeronaves encontradas contêm modificações estruturais ou funcionam em situações precárias. Nesses cenários não é possível garantir a segurança da equipe e o voo se torna absolutamente temerário.”
Além disso, há um objetivo econômico na queima dos objetos. “O impacto financeiro provocado pela destruição dos equipamentos dificulta a continuidade da atividade ilegal. Descapitalizados, os infratores costumam levar mais tempo para restabelecer condições de retomar a operação.”
Na terça feira da semana passada, uma operação do Ibama juntamente com a Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas), Força Nacional havia encontrado e destruído:
- 1 helicóptero,
- 1 avião,
- 1 trator de esteira
- Duas armas
- 3 barcos com cerca de 5 mil litros de combustível;
No rio Uraricoera, Ibama e Força Nacional instalaram uma base de controle para impedir o fluxo de suprimentos para os garimpos.
Grupo Especializado de Fiscalização (GEF) do Ibama combate garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami. pic.twitter.com/dZQIQeF0TZ
— Ibamagov (@ibamagov) February 10, 2023
O objetivo da operação é “inviabilizar linhas de suprimento e rotas que abastecem e escoam a produção do garimpo, além de garantir a permanência das equipes de fiscalização por prazo indeterminado.”
Na sexta-feira, a PF (Polícia Federal) iniciou as ações de erradicação do garimpo em terras yanomamis, no âmbito da Operação Libertação.
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