No último dia 25 de fevereiro, o líder indígena Benki Piyãko, do povo Ashaninka, conhecido internacionalmente pela sua luta na defesa dos povos originários da Amazônia, teria acusado o policial civil José Francisco Bezerra de Menezes, de ameaça e tentativa de homicídio, após o agente ter supostamente invadido sua festa de aniversário e sem ser convidado, havia disparado tiros no local, no município de Marechal Thaumaturgo, interior do Acre.
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Porém, a Corregedoria da Polícia Civil do Acre, concluiu o inquérito que investigava o caso e apontou que não houve indícios de ameaça que comprove que o líder indígena teria sido vítima de tentativa de homicídio.
O Corregedor-Geral da Polícia Civil, Thiago Fernandes Duarte, afirmou em coletiva nesta quinta-feira (16), que o inquérito investigou dois fatos ocorridos na festa, um sobre a suposta ameaça sofrida por Benki e a segunda sobre o disparo de arma de fogo.
Em relação a ameaça, o corregedor declarou que as testemunhas ouvidas no local da festa, não presenciaram nenhuma briga, discussão, ameaça ou qualquer outro tipo de confusão durante todo o aniversário, e informou que durante o depoimento do líder indígena, Benki disse que se sentiu ameaçado quando o policial esbarrou nele com a arma na cintura.
“Porém em nenhum momento o policial teria verbalizado alguma ameaça ou começado alguma confusão no local”, disse Thiago.
Sobre o disparo efetuado pela arma de fogo do policial, o inquérito concluiu que foi feito de forma acidental, sem o policial ter apontado ou ameaçado a vida de alguém.
“No momento em que o policial civil estava indo embora da festa, ele se escorregou no barranco, já na beira do rio, ocasião em que se desequilibrou, tendo sua arma de fogo caído de sua cintura, e quando foi pegar, acabou puxando o gatilho e efetuando o disparo, que seguiu em direção ao rio, sem atingir nenhuma pessoa. O local era escuro, e o barranco estava molhado”, explica o inquérito.
O corregedor-geral da Polícia, disse ainda que as informações divulgadas pela imprensa de que Benki teria sido vítima de um atentado, teriam partido de uma liderança da Funai em Cruzeiro do Sul.
“O que consta nos autos do inquérito é que o servidor da Funai que esteve presente na festa, teria mantido contato com um professor antropólogo da Universidade Federal do Acre, e noticiado essa versão, e o professor teria levado esse fato ao conhecimento da imprensa”, disse o corregedor.
Ao final das investigações, o inquérito sugeriu pelo arquivamento do processo e foi encaminhado à Comarca de Marechal Thaumaturgo.