A triste história do casal de idoso que ficou só com a roupa do corpo após ter casa alagada

Imagine moradores da classe média baixa que lutaram a vida inteira para ter cama, guarda-roupa, geladeira, fogão, televisão, micro-ondas e outros bens domésticos verem tudo isso virar lixo em menos em pouco mais de duas horas. Devido a rapidez com que a tragédia ocorreu, tais pessoas não tiverem tempo  de retirar quase nada de suas casas.

Foi isso que aconteceu entre as 18 e 20 horas da última quinta-feira, 23/03, com as famílias que moram na rua  Edmundo Pinto, do bairro Raimundo Melo, em Rio Branco, capital do Acre, o estado amazônico mais ocidental do país e um dos mais próximos da fria e chuvosa Cordilheira dos Andes.

Como eles, a maioria dos 22 mil alagados da capital acreana sentiu certamente a mesma agonia no coração e a mesma dor na alma diante da impressionante rapidez com que, naquela tarde-noite fatídica de quinta-feira, uma forte e muito rápida enxurrada das águas do rios rios e igarapés do Acre invadiram totalmente dezenas de bairros da capital acreana.

Os climas de tragédia e de desespero que tomou conta de todos os moradores da rua Edmundo Pinto, do bairro Raimundo Melo – nomes, aliás, de dois influentes políticos do Acre – foram muito bem capturados na foto que ilustra, com muita precisão e acertividade, essa matéria.

De autoria do fotógrafo amador André Júnior, a foto mostra um céu por demais sombrio aparecendo por cima de pequenas montanhas de lixo em frente as casas dos moradores, que em pouco mais de duas horas eram considerados os sonhos que lhes custaram muito suor e trabalho.

Esse foi o caso do casal José Leal, de 71 anos,  e Maria Vilma, de 65 anos, que também teve de sair rapidamente de sua casa apenas com as roupas dos corpos devido a forte, avassaladora e inesperada enxurrada do igarapé da região, chamado de São Francisco.

SAIU DA CASA APENAS COM A ROUPA DO CORPO

“Minha mãe saiu da casa apenas com a roupa do corpo, tendo tempo apenas para pegar a sacola de remédios dela com o avanço muito rápido das águas. Ela, o companheiro dela e a maioria dos moradoras da rua tiveram que fugir rápido para um lugar mais alto fora da rua, com a água já batendo na cintura deles”, diz uma filha de Vilma.

A filha chegou às pressas para ajudar a resgatar o casal da total inundação da casa, cujo fundo do quintal fica situado a poucos metros do igarapé São Francisco. Tomando muitos remédios, inclusive para depressão, Vilma não suportou a agonia e o desespero daquele momento e desandou a chorar copiosamente

A dona de casa lamentava as muitas décadas que teve de passar, como cozinheira, à beira dos fogões aquecidos, no clima amazônico muito úmido e muito quente  do Acre, para conseguir sobreviver e criar praticante sozinha suas três filhas.

“Não sei quanto tempo mais vou ter de trabalhar para adquirir os móveis e os utensílios de minha casinha querida, tão boa e tão bem equipada com tanto sacrifício”, lamenta Vilma, que vive hoje de renda equivalente a apenas um salário mínimo. E se se encontra alojada nos últimos fias na casa de uma das três filhas.

Ainda impactada pela tragédia que se abateu sobre sua vida a partir de quinta-feira, Vilma ainda chora, aumentou a dosagem dos remédios antidepressivos e passou a pedir aos familiares, amigos e conhecidos qualquer ajudar que possam dar para ela reconquistar a dignidade de ter uma moradia.

Uma saida que também vem sendo adotada pela maioria dos riobranquenses, que continua sofrendo muito e precisando de ajuda das pessoas para adquirir uma cama, roupas, guarda roupa, mesa e cadeiras, além da geladeira, para voltarem a terem um lar. Quem puder e quiser ajudar o casal    Vilma e José é só enviar a ajuda para o Pix (68) 99208-3001 (Isabel B. Oliveira).

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