Caso Richthofen: como estão os envolvidos e o que virá em terceiro filme

Daniel Cravinhos deu uma entrevista inédita sobre o crime que cometeu 21 anos atrás, quando junto com o irmão Cristian matou o casal Manfred e Marísia von Richthofen, pais da sua então namorada, Suzane von Richthofen.

Na conversa com o jornalista Ullisses Campbell, autor do livro “Suzane: Assassina e Manipuladora”, Daniel contou que hoje trabalha com motovelocidade, pilotando e customizando motos e que não quer ter nenhum contato com Suzane, agora que ambos estão em regime aberto — ela foi libertada em janeiro deste ano, após a progressão de pena.

Enquanto os três responsáveis pelo crime tentam seguir com as suas vidas (veja o que se sabe sobre a vida recente de cada um deles abaixo), um terceiro filme está sendo aguardado. Após “A Menina Que Matou Os Pais” e “O Menino Que Matou Meus Pais”, um novo longa foi anunciado no ano passado por Carla Diaz, ainda sem data de estreia.

Segundo revelou a atriz que viveu Suzane no cinema, o novo filme se chamará “A Menina Que Matou Os Pais – A confissão” e vai abordar o que aconteceu após a morte de Manfred e Marísia. Serão retratadas as investigações do caso e o julgamento que sentenciou ela e os irmãos Cravinhos pelo crime.

O filme irá chamar “A Menina Que Matou Os Pais – A confissão” e vai abordar o que aconteceu após a morte de Manfred e Marísia, com a investigação e o julgamento do caso. Não há data de estreia anunciada para o novo filme.

O assassinato ocorreu em São Paulo, no dia 31 de outubro de 2002, e foi inicialmente tido como latrocínio — roubo seguido de morte. No entanto, as investigações começaram a apontar para os três, que confessaram o assassinato no dia 8 de novembro. O julgamento aconteceu em 2006 e condenou Suzane von Richthofen e Daniel Cravinhos a 39 anos e 6 meses de prisão. Já Cristian Cravinhos recebeu a pena de 38 anos e 6 meses de prisão.

Como estão os condenados pelo caso Richthofen

Suzane von Richthofena

Interpretada por Carla Diaz nos filmes, a protagonista do caso foi solta em janeiro deste ano após a Justiça conceder progressão para o regime aberto. Ela estava em um presídio em Tremembé, no interior de São Paulo.

Quase um mês após progredir ao regime aberto e mudar para o interior de São Paulo, Suzane von Richthofen abriu um ateliê de costura e criou um perfil para a marca nas redes sociais. Na cadeia, era conhecida por ter bom comportamento na cadeia e, após namorar Sandrão — presa por sequestro e assassinato de uma criança —, ela começou um relacionamento com Rogério Olberg, em 2016, um serralheiro de quem foi noiva. O casal se separou em março de 2020.

Imagem: Reprodução/Redes Sociais

Em 2021, começou a estudar presencialmente biomedicina em uma universidade particular também em Taubaté com a nota que conseguiu no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). Ela deixava a prisão para se deslocar ao local de segunda a sexta-feira, no período noturno, das 18h às 23h.

No primeiro dia de aula, chegou acompanhada por dois advogados, estava de cabelo curto, blusa florida e mochila nas costas. Após as aulas, Richthofen retornava a um alojamento coletivo presidiário, onde havia 82 detentas.

Colegas de faculdade usaram as redes sociais para contar detalhes da rotina da nova universitária e disseram que alguns alunos pediram autógrafos dela em seus cadernos. Também afirmaram que Richthofen tinha um celular modelo iPhone 11, da Apple.

Em outubro do ano passado, Richthofen apresentou um trabalho de pesquisa acadêmica sobre maternidade, em um congresso organizado pela faculdade. O nome era “Os desafios da gestação tardia, e a importância das tecnologias reprodutivas”. Ele passou por uma banca de avaliação e considerado apto a ser apresentado.

No ano passado, Richthofen também foi autorizada pela Justiça a frequentar um curso de informática durante as férias da faculdade. Ela foi presa em uma época que a internet não existia da forma que conhecemos hoje, muito menos as redes sociais. Richthofen alegou como justificativa que a falta de conhecimento tecnológico atrapalhava seus estudos. A informação foi noticiada pela Veja.

Quanto ao lançamento de “A Menina Que Matou Os Pais” e “O Menino Que Matou Meus Pais”, a condenada pela morte dos pais tentou entrar com recurso para impedir a estreia, mas o pedido foi negado pela Justiça.

Daniel Cravinhos

Namorado de Suzane, o jovem era aeromodelista e tinha 21 anos à época do crime. Ele progrediu ao regime semiaberto em 2013 e para o aberto em 2018, ganhando o direito de cumprir o restante da pena em liberdade.

Esta liberdade era para ter chegado um pouco antes, em 2017, no entanto, ele esteve envolvido em tráfico de produtos restritos a hospitais dentro da cadeia, e voltou ao regime fechado por três meses.

Em 2014, ele se casou com a biomédica Alyne Bento, filha de uma agente penitenciária. Segundo a Veja, ela perdeu dois empregos em laboratórios de análises clínicas depois que os patrões descobriam se tratar de alguém casado com um condenado de um dos crimes mais famosos do Brasil. O casal se separou em 2022.

Na entrevista a Ullisses Campbell, Daniel disse que não teria mais o que falar à ex-namorada, a quem classifica como “vítima de si mesma.” Hoje, Daniel, que mudou o sobrenome para “Bento”, trabalha com motovelocidade, pilotando e customizando motos.

Na mesma conversa, Daniel disse que se arrepende de ter envolvido o irmão Cristian no planejamento do assassinato. Segundo ele, foi Suzane quem teve a ideia do crime.

Imagem: @d.arte.paint.prt/Reprodução de Instagram

Em “A Menina Que Matou Os Pais” e “O Menino Que Matou Meus Pais”, Daniel Cravinhos é vivido por Leonardo Bittencourt.

Cristian Cravinhos

Imagem: Reprodução/Record TV

Em regime aberto a partir de 2017, Cristian voltou ao presídio de Tremembé em 2018, quando recebeu uma sentença por corrupção. Assim, sua pena foi de 38 anos e 6 meses para 41 anos e 10 meses.

O condenado se envolveu em uma briga em um bar em Sorocaba (SP), e, ao ser revistado pela polícia, munição de uso restrito foi encontrada. Para não ser preso — e perder o direito ao regime aberto — Cristian ofereceu dinheiro aos policiais. Por fim, ele foi absolvido da acusação de posse ilegal de munição, mas a condenação por tentativa de suborno foi mantida.

Em 2020, Cristian Cravinhos voltou aos jornais quando pediu indenização por danos morais à produtora da série “Investigação Criminal”, por usar 12 fotos suas. À época ele pediu R$ 500 mil, mas a Justiça negou o pedido.

No mesmo ano, o filho de Cristian, que tinha 3 anos na época do crime, pediu anulação da paternidade. Segundo o processo, o jovem diz sofrer constrangimento toda vez que apresenta um documento no qual consta o nome do pai. O desejo é de revogar os direitos jurídicos entre pai e filho — abrindo mão de pensão ou herança. Em 2009, o garoto já havia conseguido retirar o sobrenome Cravinhos.

O ator Allan Souza Lima interpreta Cristian Cravinhos nos filmes “A Menina Que Matou Os Pais” e “O Menino Que Matou Meus Pais”.

 

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