O Pesquisador Luiz Francisco Machado Pfeifer é criador de uma tecnologia que permite ao produtor rural avaliar de forma rápida e precisa, o acabamento da carcaça dos bovinos destinados ao abate. Até agora, o ‘Sagabov’ já vendeu mais de 10 mil unidades.
Uma outra tecnologia que é desenvolvida pelo pesquisador, é o ‘Vetscore’. Essa é uma ferramenta simples, formada por duas réguas, que permite ao produtor obter informações precisas sobre a condição corporal do animal e, a partir delas, selecionar os animais mais adequados, resultando em maior ganho em fertilidade e produção de leite.
“Fundamentei minhas pesquisas no aumento da fertilidade de fêmeas, para tornar o sistema leiteiro e de corte mais sustentável e rentável”, explicou o pesquisador.
Etapas da pesquisa
De acordo com o pesquisador, as linhas de estudo da pesquisa são:
- Saúde uterina e eventos da ovulação que afetam a fertilidade de bovinos;
- Desenvolvimento de ferramentas e ativos de inovação que visam melhorar a fertilidade de vacas leiteiras e de corte.
Uma das etapas fundamentais da pesquisa é a coleta para análise do sangue do animal.
“Realizamos a coleta de sangue para avaliarmos os níveis hormonais e o metabolismo do animal”, disse Pfeifer.
O processo de elaboração das tecnologias também conta com uma análise de células inflamatórias no útero das vacas que vão entrar em reprodução. Com base nessas pesquisas, é realizada a inseminação.
Prêmios
Luiz Pfeifer atua na Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) em Rondônia. Ele é médico veterinário, Doutor em Melhoramento e Reprodução Animal, Pós-Doc pela University of Saskatchewan, do Canadá e pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel/RS). Além disso, Luiz coordena o Grupo de Pesquisa CNPq, Amazonpec e é docente em três programas de pós-graduação.
Em 2022, Luiz foi premiado com a 1ª colocação na premiação nacional em Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I) na categoria ‘Pesquisador Inovador’.
“Acredito que as premiações que já recebi não sejam por uma tecnologia específica que eu desenvolvi, mas sim por um conjunto de todo o meu trabalho. Ao longo da minha carreira, publiquei mais de 90 artigos nacionais, cerca de mil citações e quatro produtos patenteados”, explicou.
Pfeifer afirmou que o apoio da Fundação Rondônia de Amparo ao Desenvolvimento das Ações Científicas e Tecnológicas e à Pesquisa do Estado de Rondônia (Fapero), fomentou as pesquisas realizadas e impulsionou o seu trabalho.
“Realizamos o prêmio como uma forma de reconhecimento aos pesquisadores. A primeira etapa é selecionar os melhores projetos e aqueles que ganham a etapa estadual concorrem ao prêmio nacional. Nosso principal objetivo é fomentar a pesquisa e a educação para promover o desenvolvimento do nosso estado”, afirmou Paulo Renato Haddad, presidente da Fapero.
O Prêmio Fapero de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado de Rondônia é concedido a pesquisadores que aportam grande contribuição para o desenvolvimento científico, tecnológico e inovação do estado e profissionais de comunicação com atuação em instituições de pesquisa em CT&I.
O objetivo é reconhecer, dar visibilidade e premiar cientistas e profissionais da comunicação, visando o fomento e a popularização da ciência, bem como destacar a importância da implementação de políticas públicas e de investimento em pesquisa, ciência, tecnologia e inovação.
Produção no estado
Segundo a Agência de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril de Rondônia (Idaron), o estado produz cerca de 1,6 milhões de litros de leite por dia.
Rondônia é o 9º estado com maior produção leiteira e o maior produtor da região norte. O estado também é o único que realiza a separação do rebanho bovino por aptidões (corte e leite).
Os cinco maiores municípios produtores são:
- Jaru (RO), com 82.886;
- Ouro Preto do Oeste (RO), com 80.822;
- Machadinho D’Oeste (RO), com 75.887;
- Porto Velho, com 75.018;
- Nova Mamoré (RO), com 69.867.