Formado em medicina pela Escola Latino-americana de Medicina, em Cuba, Rosivanio de Lima Pereira Kaxinawá, deixou a aldeia indígena onde vivia em Tarauacá, interior do Acre, para ir em busca de um sonho.
Em 2007, ele se tornou o primeiro indígena do Acre a se formar em medicina. Ele fez parte do programa que destinou bolsas universitárias a acreanos que fossem cursar medicina em Cuba. A lei foi sancionada durante a gestão do governador Jorge Viana (PT).
Com especialização em medicina da família, Rosivanio integra atualmente uma equipe de mais de 100 profissionais de saúde enviados a 29 áreas especiais indígenas, incluindo o Território Yanomami, que enfrenta situação de Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional.
Em entrevista ao jornal Folha de PE, o médico acreano falou sobre a importância de projetos de atendimento especializados nos povos originários.
“Sei da realidade do meu povo, do sofrimento que é ir para a cidade e pegar uma ficha de saúde às 3h da manhã para ser atendido. Hoje, podemos levar atendimento para dentro da comunidade, para que o indígena não saia da sua aldeia. Já é um grande fato. Podemos contribuir e melhorar nesse sentido”, disse.
O projeto que Rosivanio compõe atualmente, que leva ajuda clínica aos povos indígenas, faz parte da remodulação do programa Mais Médicos, que agora se chama Mais Médicos pelo Brasil, relançado pelo governo Lula no dia 20 de março.
Com as novidades, o programa, além de contratar médicos formados no exterior, passa a incluir outras áreas de saúde, como dentistas, enfermeiros e assistentes sociais. Porém, o projeto deverá priorizar profissionais brasileiros.
Só para 2023, o governo Lula pretende investir mais de R$ 712 milhões para o novo programa.