O Fantástico produziu mais uma reportagem sobre a situação da empresa Xland, com filial no Acre, exibida neste domingo (2). Dessa vez, aborda pedras preciosas como o foco do escândalo.
“As alexandritas estão na lista das pedras preciosas mais caras do mundo, capazes de mudar de cor. Elas viraram assunto nas últimas semanas e foram parar no centro de um escândalo milionário, envolvendo jogadores e ex-jogadores do Palmeiras”, diz um trecho.
“Por indicação do atacante Willian Bigode, que atualmente joga no Athletico Paranaense, o lateral do Palmeiras Mayke e o meio-campista Gustavo Scarpa, hoje no Nottingham Forest, da Inglaterra, investiram um total de R$ 10 milhões em criptomoedas, um negócio gerido pela Xland, mas o dinheiro sumiu. Eles acreditaram que o suposto investimento era seguro, graças às garantias dadas pela empresa, que fica no Acre”, continua.
As garantias eram as alexandritas; entenda:
A Xland apresentava para seus clientes um documento, o SKR, um recibo de custódia, emitido por uma empresa de segurança de São Paulo.
Danilo, CEO da Sekuro, explica que o documento só servia para provar que a empresa de cofres era a responsável por guardar as alexandritas. Mas não poderia ser apresentado como um comprovante de valor das pedras, como foi feito pela Xland. Ele diz ainda que o valor que aparece no SKR, US$ 500 milhões, foi informado pela própria Xland.
A especialista que assina o laudo enviado pela Xland à empresa de cofres é a gemóloga Weysida Carvalho. Segundo o documento, a decisão de avaliação tem o “objetivo de estabelecer o valor de mercado de um lote de alexandrita em estado bruto, natural, pesando 20 quilos”.
Na conclusão, Weysida atesta o valor que ela considera adequado para o lote de alexandritas: R$ 2,5 bilhões, aproximadamente. Um valor muito acima do que a Xland pagou pelas pedras à empresa andrade gemas e joias, localizada em Campo Formoso, na Bahia.
De acordo com a nota fiscal, a Xland comprou os 20 quilos de alexandritas por apenas R$ 6 mil.
A perita Weysida Carvalho confirmou que é a autora do laudo, e informou que geralmente leva quatro dias para finalizar este tipo de avaliação.
Na última semana, a defesa de Gustavo Scarpa conseguiu na Justiça o bloqueio dos supostos 20 quilos de alexandritas.
Por nota, a Xland disse que o valor das pedras é lastreado em laudo técnico e que como prova de sua boa-fé e convicção no valor de mercado das pedras, as coloca à disposição para fins de realização de perícia técnica e contraprova.
A defesa da WJLC, empresa de William Bigode, que intermediou o investimento dos jogadores, se posicionou: “Tomamos as medidas judiciais, socorremos do poder judiciário, fomos na esfera cível, fomos na esfera penal para tentar, minimizar o prejuízo sofrido por Willian, que é vítima de toda essa estratégia que foi arquitetada pela Xland”.
Com informações do Fantástico.