Sequestrada, abusada sexualmente, morta e enterrada em uma cova rasa, em Planaltina (DF), a estudante Regiane da Silva Oliveira, 21 anos, ficou cerca de 12 horas sob poder de Sérgio Alves da Silva, 42, assassino confesso da vítima. O corpo da jovem foi encontrado nessa quinta-feira (27/4), após 10 dias de desaparecimento.
Delegado da 16ª Delegacia de Polícia (Planaltina), Thiago Oliveira afirma que a vítima pensou que seria libertada caso fizesse tudo o que Sérgio pedisse. Ameaçada pelo assassino com uma faca, a estudante chegou a caminhar com o agressor do local onde foi estuprada até a área de mata onde o criminoso a matou.
No trajeto, Regiane foi obrigada a andar com Sérgio na própria bicicleta. Em outros trechos do percurso, os dois andaram a pé. Inicialmente, segundo a polícia, o assassino queria roubar a vítima. Porém, aproveitou-se da situação e a estuprou. Depois de cometer o crime, com medo de ser denunciado, decidiu matar a jovem.
Prisão
Sérgio foi preso no distrito de São Gabriel, em Planaltina (GO), na quarta-feira (26/4), após tentar roubar um carro para fugir. Contudo, conseguiu roubar apenas um celular.
Sem conseguir fugir de carro após matar Regiane, o criminoso teria tentado tirar a própria vida. Ele não queria voltar à cadeia, segundo a polícia, pois estava foragido desde 2 de abril, quando não retornou de um “saidão”.
Sérgio havia sido identificado pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) como suspeito pelo desaparecimento de Regiane. Após ser detido pela Guarda Civil de Planaltina de Goiás, Sérgio indicou onde o teria enterrado o corpo da jovem.
Na manhã de quinta-feira (27/4), equipes da PCDF e do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF) buscaram pelo corpo da estudante no lugar informado pelo suspeito.
Regiane tinha sinais de facadas pelo corpo, parcialmente enterrado, e a mochila da vítima foi encontrada no local, às margens do Rio São Bartolomeu.
Em depoimento à PCDF, Sérgio confessou o crime e que estuprou a jovem antes de matá-la. A arma branca usada no crime foi jogada no rio. A princípio, o criminoso será indiciado por sequestro e homicídio qualificado. Somadas, as penas pelos delitos podem chegar a 85 anos de prisão.
Desamparo
Primo de Regiane, Jorismar da Silva, 46 anos, acompanhou as buscas da polícia na região, na manhã dessa quinta-feira (27/4). “É um baque para todo mundo”, disse.
A família da jovem ainda tinha esperanças de encontrá-la viva, em um cativeiro, segundo ele. “Uma pessoa com vários crimes na costas, e a Justiça solta no ‘saidão’, para cometer essa atrocidade com uma pessoa humilde, simples e tão jovem. Agora, quem vai amparar a família? As leis não servem para gente de bem, só para quem não presta”, lamentou Jorismar.