Bocas e boquinhas
Num Estado onde conseguir emprego formal na iniciativa privada é quase um milagre e mal remunerado, restam os concursos públicos. Os sites anunciam pelo menos 1.600 vagas no Acre, algumas delas ainda à espera dos editais. Trabalhar para o Estado é um oásis neste deserto de empregos, com estabilidade, ótimos salários e outros penduricalhos muito distante da realidade da esmagadora maioria dos trabalhadores acreanos. A mais recente boquinha para uma vaga neste paraíso é o concurso para o Conselho Tutelar de Rio Branco, salários de R$ 4 mil por quatro anos. No último concurso, em 2019, foram 53 candidatos para 15 vagas.
Dinheiro no balde
Como bem disse o senador Márcio Bittar em entrevista ao ContilNet, o presidente Lula determinou que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, não crie dificuldades para a liberação das emendas parlamentares. Tal como nos governos anteriores, a liberação das emendas garante a boa vontade de deputados e senadores nas votações. Haddad informou em entrevista à Jovem Pan nesta quarta-feira (3), que o orçamento está liberado por parte da Fazenda, mas o cronograma de desembolso é “absolutamente rigoroso”.
Aposentadoria especial
O deputado Pedro Longo (PDT) pede urgência do Governo na remessa para votação na Aleac de um projeto de lei contemplando servidores portadores de deficiência. O PL permitirá que estes servidores recebam aposentadorias especiais de acordo com cada caso, com amparo de uma lei federal de 2013 que regulamenta a matéria.
Hermana
A coluna de última quarta-feira (3) falou sobre a dificuldade enfrentada no início da carreira pela deputada Antônia Sales por conta de seu portunhol. Esqueceu-se de informar aos jovens leitores que ela é natural de Masisea, uma cidade da Amazônia peruana vizinha a Pucalpa, no Departamento de Ucayalli. Conheceu seu marido, o ex-deputado e ex-prefeito Wagner Sales, em uma novena num seringal de Cruzeiro do Sul, para onde ela veio a pé e de canoa com seu pai.
Finanças
Alunos das escolas públicas deverão receber educação financeira, segundo um projeto de lei do deputado Eduardo Ribeiro (PSD). O parlamentar argumenta que cerca de 70 milhões de brasileiros estão endividados, dos quais pelo menos 270 mil são do Acre. Eduardo acredita que a matéria vai criar uma geração menos endividadas e com a economia mais saudável.
Escandalize isso
“Não se cale”, diz a campanha do Governo contra o assédio sexual, moral e outras formas de violência no ambiente do trabalho. A campanha segue durante todo o mês de maio, mas por óbvio deve permanecer eterna. Na quarta-feira (3), a Secretaria de Estado de Administração (Sead), em parceria com a Secretaria de Estado da Mulher (Semulher), iniciou as programações voltadas para a temática com uma palestra no auditório do Palácio da Justiça, em Rio Branco.
Tic tac
Não se fala de outra coisa nas emissoras de rádio e televisão e nas redes sociais. A prisão de Bolsonaro é tida como certa, só resta saber quando e por quanto tempo. “Os sites de apostas já abriram o bolão da prisão de Bolsonaro, Flávio, Eduardo e Carlos?” A pergunta está em uma página do Reddit Brasil, um site que abriga um fórum de debates. Segundo os especialistas, há uma profusão de crimes atribuídos ao ex-presidente e seus filhos pra levá-los à prisão, mas o problema vai ser como conter a turba ensandecida de adoradores do mito. Nesta quarta-feira (3), após a busca da Polícia Federal em sua casa, voltaram a lançar sua revolta contra o Exército por deixar que prendessem o major Cid, braço direito do capitão.
Rebelião
Os petistas também criaram tumulto tentando evitar a prisão de Lula entre os dias 5 e 6 de abril de 2018. Ele passou a noite na sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo, cercado por uma multidão capaz de tudo para enfrentar a Polícia Federal e impedir que o líder fosse levado para Curitiba conforme mandado de prisão expedido pelo então juiz Sérgio Moro. O resultado todo mundo conhece. Lula foi retirado da disputa para a presidência naquele ano, Bolsonaro se elegeu, Moro virou ministro, agora é senador e seu fiel escudeiro Deltan Dellagnol é deputado federal.
4º BIS
Como estarão se sentindo os revoltosos que passaram mais dois meses acampados na frente do 4º BIS batendo continência para os militares? Depois de mais de 100 dias presos e hoje tendo que viver com tornozeleira já devem ter notado que o Exército não tem mais a mesma configuração e que os chefes da era Bolsonaro ou se converteram ou estão vestido o pijama.