Dados divulgados pela ONU (Organização das Nações Unidas) nesta segunda-feira (12) revelam que 84% dos brasileiros têm pelo menos um tipo de preconceito contra as mulheres. O relatório faz parte de programa das Nações Unidas para o desenvolvimento (PNUD) e mostra que o índice brasileiro pouco difere da média mundial, que registra que 88% das pessoas têm algum tipo de preconceito.
O patamar do Brasil se assemelha ao de países como Romênia, Eslováquia, México e Chile, segundo a ONU, que analisou dados como: integridade física, educacional, política e econômica. Destas, a integridade física é a que tem pior indicador. 75% das mulheres e homens entrevistados, acreditam que existe alguma justifica para o homem bater na esposa e 75% não veem justificativa para uma mulher praticar aborto.
Na dimensão econômica, 31% acreditam que homens têm mais direito ao trabalho que mulheres e que eles fazem melhores negócios que as pessoas do sexo feminino. No campo político, 39% dos brasileiros revelam acreditar que mulheres não são tão boas políticas como os homens e merecem ter menos direitos que eles.
O indicador educação é o que tem menor índice de preconceito. Apenas 9,59% dos entrevistados responderam que acreditam que a universidade é mais importante para os homens que para as mulheres. Para o PNUD, mesmo as normas sociais que não estão ligadas diretamente à violência, podem resultar na mesma.
O estudo da ONU ainda mostra lento avanço em relação ao preconceito contra mulheres no Brasil. Segundo o relatório, só 15% das pessoas dizem não ter nenhum preconceito. Há 11 anos, esse percentual era de 10%. Especialistas defendem, nesse contexto, fortalecimento dos sistemas de proteção às mulheres, combate à desinformação de gênero e discurso de ódio e investimento em políticas para promover a igualdade.