Pimenta: Aberson, um dos coringas de Gladson, combate a violência e a evasão nas escolas

Secretário de Educação diz que seu plano é apenas cuidar da educação e não pleitear candidatura

Líbero

Como determinam as cartilhas de boa gestão, todo empreendimento demanda pensamento multidisciplinar, daí a necessidade de embaralhar as ciências e ter sempre à mão um coringa para nunca sobrar lacunas. O governador Gladson Cameli tem usado deste recurso frequentemente tendo mais de um coringa, profissionais capacitados para qualquer função, como o cirurgião dentista Alysson Bestene, que foi da Sesacre para a Segov, e o professor e sociólogo Aberson Carvalho de Sousa, que transitou da Secretaria Municipal de Meio Ambiente ao Iapen e agora chefia a Secretaria de Estado de Educação (SEE), a maior pasta da máquina estatal.

Aberson Carvalho é secretário de Educação do Acre/Foto: Reprodução

O jogo

Aberson assumiu a SEE na abertura da campanha eleitoral de 2022, na posição da professora Socorro Neri (PP) substituída para disputar vaga na Câmara Federal, que acabou conquistando com a maior votação entre os demais candidatos vitoriosos. O setor de Educação sempre deu visibilidade e projetou políticos. São vários os exemplos de secretários de Educação impulsionados para o Parlamento ou chefia do Executivo. Mas, não é o caso de Aberson, segundo ele diz, embora seja um político natural, viva e respire a política cotidianamente. “Meu único plano é cuidar da educação enquanto nosso líder desejar”, argumenta ele.

A posição

Aberson tem jogado de volante, preenchendo lacunas. Segundo ele, é jogo duro. “Não é tarefa fácil. Confesso que quando fui sondado pela primeira vez, recusei. Substituir a professora Socorro Neri, encarar um ano eleitoral e entregar resultado positivo em curto prazo de tempo, dava muito frio na barriga. Porém, poder dar continuidade e contribuir diretamente com sociedade em uma área que tenho paixão, fez tornar o desafio prazeroso.

O técnico

Quando ressalta seu desinteresse em pleitear indicação para candidatura em 2024, Aberson faz questão de expor seu profissionalismo que prioriza alcançar as metas estabelecidas pelo governo. “Quero registrar que a confiança e a autonomia que o governador Gladson nos deu, facilitou todo trabalho. Os frutos que estamos colhendo são feitos por diversas mãos. Pessoas que se dedicam com amor e devoção à política da educação. Somos como uma empresa com 20 mil trabalhadores, 150 mil clientes (alunos) distribuídos em 650 unidades; uma multinacional.

As metas

A onda de violência nas escolas só fez crescer as responsabilidades do secretário Aberson Carvalho. As metas iniciais eram melhorar a posição das escolas no ranking nacional dos indicadores da qualidade de educação e conter a evasão de alunos. “O Acre ainda não está na posição que queremos, mas o governo tem investido muito forte e não tenho dúvida de que poderemos avançar bem na prova SAEB no final do ano”, informa Aberson, referindo-se ao Sistema de Avaliação da Educação Básica do Ministério da Educação.

Violência

“É muito triste ver essa violência escolar, pois a escola é lugar de harmonia e aprendizado. Escola é vida, e base da nossa sociedade. Precisamos ampliar os horizontes quanto ao problema da violência e assim entender que nosso pacto social precisa ser restabelecido”, comenta ele. Neste sentido, a SEE criou protocolos de segurança em parceria com a Secretaria de Segurança e investe em tecnologia como um sistema de vídeo-monitoramento mais moderno, além de liberação de recursos diretos na escola para aprimorar o controle de gestão da escola.

Busca

No Acre é grande o sumiço de alunos das salas de aula sem maiores explicações. Como a SEE resolve isso? “Evasão é algo que nos preocupa sempre. A pandemia só fez agravar o problema, porém é algo que não podemos deixar de enfrentar. Enfrentamos com investimentos e com o programa Busca Ativa Escolar, uma estratégia para a identificação, registro, controle e acompanhamento de crianças e adolescentes que estão fora das salas de aula”, explica Aberson, lembrando que o programa foi desenvolvido pela Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Criança e o Adolescente) em parcerias com órgãos educacionais, de saúde e assistência social de estados e municípios.

Sumidos

Além do programa Busca Ativa para monitorar alunos que estão fora das salas de aula, a SEE inaugurou no ano passado o programa Pré-Enem Legal, um cursinho preparatório para o Exame Nacional de Ensino Médio destinado principalmente àqueles alunos que abandonaram os estudos durante a pandemia. Este é um dos programas mais sensíveis à gestão de Aberson na SEE, que vem sendo bastante elogiado dentro e fora do governo. O secretário, por sua vez, tem transitado com muita desenvoltura também pelo Ministério da Educação. “Temos uma relação muito boa junto ao MEC. O Acre tem sempre sido convidado a participar do debate e projetos com prioridade. Isso mostra a credibilidade que estado tem junto ao Ministério”, avalia.

Deputado

O prefeito Tião Bocalom (PP) já pode contabilizar entre as vitórias de sua gestão, a eleição de um deputado informal entre os produtores rurais do Polo Geraldo Fleming. Morador do ramal Beija-Flor, Josimar Camilo dos Santos, 50 anos, vive há 23 anos no local e começou a ser chamado de deputado de tanto reclamar das condições de trafegabilidade. “Com o ramal tendo acesso a gente pode dizer que mora num paraíso de tranquilidade. Aqui não tem violência, não tem barulho e a vida é boa. O problema era o isolamento, que agora está resolvido”, disse, em agradecimento ao prefeito.

Itinerantes

Nas visitas que faz às obras de recuperação de ramais, o prefeito Tião Bocalom tem se identificado com a origem e a saga de muitos colonos que, como ele, vieram de diversas partes do Brasil em busca de melhores oportunidades no Acre. Na última sexta-feira, 16, por exemplo, Bocalom encontrou no Pólo Geraldo Fleming o casal Cláudio Estevão da Silva e Maria Guimarães, pais de cinco filhos, que vive há 23 anos no ramal Beija-Flor. Antes, o casou viveu em Manaus. “Viemos para cá em busca de melhoria. O lugar era bom, deu para a gente viver, fazer criações, plantar alguma lavoura. Mas havia o problema do inverno, que deixava a gente isolada. Mas agora, graças ao trabalho do prefeito Bocalom, a gente sente que valeu à pena esperar por esses benefícios”, disse Maria, abraçada a Tião Bocalom.

Cruzeiro – Pucallpa

A decisão da Justiça Federal em embargar o projeto de construção de uma rodovia ligando Cruzeiro do Sul a Pucallpa, capital do estado de Ucayali, no Peru, não reduziu o ânimo do governador Gladson Cameli e nem tampouco dos parlamentares acreanos envolvidos na causa. A deputada Antônia Sales, por exemplo, nascida e criada no outro lado da fronteira do Juruá, continua na ativa. Dia 12 de junho passado Antônia Sales participou de reuniões institucionais neste sentido na cidade de Pucallpa e no distrito de Masisea, onde nasceu, a duas horas de barco da capital.

Sonho

Antônia Sales sonha em ver as obras da rodovia que ligará Cruzeiro do Sul às cidades peruanas até o porto de Chancay, próximo a cidade de Lima. Sua agenda incluiu reunião com o prefeito de Masisea, Waldo Guerras Rios, onde buscou apoio para incentivar as autoridades regionais a abraçarem a luta politica pela integração dos dois países, por meio da região do Juruá. A deputada recordou-se de um acordo entre Brasil, Peru e China prevendo um projeto de uma rodovia ou ferrovia ligando o Rio de Janeiro a Ucayalli passando por Mato Grosso e Rondônia até chegar ao Acre, pela região do Juruá seguindo para o Peru.

Tão longe e tão perto

Na cidade de Masisea a deputada falou sobre a proximidade dos povos peruanos da região de Ucayali com o Juruá. “Muitos aqui vão ao Acre e chegam por Marechal Thaumaturgo e Porto Walter pelos rios. Estamos muito perto, mas longe em infraestrutura e melhores condições de transporte. Sabemos das dificuldades e barreiras naturais por isso precisamos da união das autoridades do Brasil. E o parlamento amazônico está fazendo esse trabalho. Representando aqui a Assembleia Legislativa e contando com o apoio do presidente Luiz Gonzaga e do nosso secretário Nicolau Júnior estamos trazendo nosso incentivo e reafirmando que é de total interesse termos essa obra de acesso construída para ligar geograficante e culturalmente nosso povo”, destacou Antônia.

Leitura

O presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Acre (Fapac) Moisés Diniz, teve que usar suas redes sociais nesta quarta-feira, 21, para explicar que ama a ciência, ao contrário de mal-entendidos em relação à sua fala na Aleac criticando a escavação de um poço em Rodrigues Alves por cientistas internacionais em pesquisa comandada pela Universidade de São Paulo (USP). “Alguém não prestou atenção na minha fala na Aleac sobre o poço de dois mil metros, que está sendo perfurado, em Rodrigues Alves, para estudo da história geológica da Amazônia. Eu disse que, como presidente da FAPAC, eu senti vergonha de saber pela imprensa. Que empreendimentos valiosos como esse deveriam ter o Acre como membro ativo, incluindo a instituição que dirijo. O empreendimento citado é de grande valia para a Ciência e para a humanidade. Deus proteja a Ciência!”, disse.

Desdém

Moisés quis dizer que sua crítica não foi à pesquisa, mas à não comunicação ao governo do Acre, ao não incluir pesquisadores do Acre, da Ufac e da sua pasta no empreendimento. A iniciativa faz parte de um projeto de pesquisa que deverá estudar como era a vida na Amazônia em até 65 milhões de anos atrás, logo após a extinção dos dinossauros e, no Brasil, o projeto é organizado pela Universidade de São Paulo (USP). “Nem os cientistas, nem a USP procuraram o governo para pedir autorização ou propor uma parceria. Eu fiquei com vergonha, 76 cientistas estão em Rodrigues Alves furando um poço de 2 mil metros, em um consórcio multinacional. Nós estamos fora. A FAPAC tá fora. A Assembleia Legislativa tá fora. O Acre está fora”, disse ele.

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