Apesar de o Acre registrar uma redução de 66% no índice de desmatamento no primeiro semestre de 2023, de acordo com Centro Integrado de Geoprocessamento Ambiental (Cigma), o número de árvores derrubadas nesse mesmo período se apresenta como um dado preocupante, é o que aponta o Monitor da Floresta do PlenaMata, uma iniciativa do MapBiomas, InfoAmazonia, Natura e Hacklab pelo fim do desmatamento.
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A plataforma mostra que, de 1 de janeiro até 28 de junho de 2023, em toda a Amazônia brasileira, mais de 125 milhões de árvores foram derrubadas. Desse total, no Acre, pouco mais de 1,2 milhão foi destruído.
“Nesse período, na Amazônia brasileira, foram perdidas mais de 759 mil de árvores por dia, uma média de 530 a cada minuto e, a cada segundo, de 8”, diz um trecho da reportagem do Infoamazonia.
O estado que mais derrubou árvores foi o Mato Grosso (46,2 milhões), à frente do Pará (30,9 milhões), Amazonas (26,4 milhões), Rondônia (12,5 milhões), Roraima (6,8 milhões) Acre (1,2 milhão), Maranhão (1 milhão), Amapá (279 mil árvores) e Tocantins (104,6 mil).
“O contador utiliza como base os alertas diários de áreas desmatadas do DETERFerramenta do governo federal que gera alertas rápidos para evidências de alteração da cobertura florestal na Amazônia e no Cerrado, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), e multiplica pela quantidade média de árvores estimada pela ciência para cada hectare de floresta na Bacia Amazônica, que é de 565 árvores por hectare — número obtido de um amplo estudo realizado por mais de uma centena de cientistas brasileiros e estrangeiros e publicado na revista Science, em 2013”, continua.
Como os alertas do Deter são divulgados semana a semana, o contador inclui uma estimativa em tempo real de quantas árvores estão caindo até o presente momento.
“Tudo isso para representar de forma mais concreta o significado da derrubada da floresta. Em vez de falarmos em áreas, abordamos em números de árvores, o que dá um pouco mais de noção do tamanho do desastre”, disse Tasso Azevedo, coordenador-geral do MapBiomas.
O recurso também destaca que o desmatamento na Amazônia brasileira desacelerou em 2023, com 2.244 km² de florestas perdidas entre 1º de janeiro e 28 de junho, segundo o monitor. A área desflorestada representa um redução de 30% em relação aos primeiros seis meses de 2022.
Cenário de derrubadas em 2022
O mesmo estudo feito em 2022 diz que o Acre foi o quinto estado da Amazonia Legal que mais desmatou no ano passado. Foram quase 33 milhões de árvores derrubadas.
Confira o ranking completo dos estados:
Pará: 197 milhões de árvores
Amazonas: 144,8 milhões de árvores
Mato Grosso: 113,7 milhões de árvores
Rondônia: 70,3 milhões
Acre: 32,9 milhões de árvores
Roraima: 10,9 milhões de árvores
Maranhão: 6 milhões de árvores
Tocantins: 516 mil árvores
Amapá: 380,9 mil árvores