Uma nota divulgada pelo Conselho Regional de Medicina do Estado do Acre (CRM-AC), na segunda-feira (24), repudia uma suposta conduta abusiva de um policial contra uma médica, no hospital de Manoel Urbano. Em defesa do agente, o Sindicato dos Policiais do estado do Acre (Sinpol/Acre) também divulgou uma nota se manifestou sobre o ocorrido.
A versão do CRM alega que a médica era a única profissional disponível na unidade no dia do acontecido, no entanto, estava em seu horário de repouso quando foi abordada de forma agressiva pelo policial.
Veja um trecho da nota:
“A doutora encontrava-se de plantão para atender casos de urgência e emergência na referida unidade de saúde, sendo a única profissional médica disponível no momento, quando no seu horário de repouso foi abordada de forma agressiva por um agente de Polícia Civil exigindo que realizasse um exame de corpo de delito sob ameaça de prisão por prevaricação. Tal conduta, além de injustificável, causou grande abalo emocional à médica, que procurou o CRM-AC para solicitar apoio e providências. O Conselho tomou imediatas providências, entrando em contato com a delegada da cidade, que se solidarizou com a médica e colocou-se à disposição”.
O conselho informou, ainda, que deverá acionar o Ministério Público do Estado e a Corregedoria da Polícia Civil para apurar os fatos. “Desta forma, o CRM-AC comunica que irá acionar o Ministério Público do Estado e a Corregedoria da Polícia Civil, a fim de garantir a devida apuração dos fatos e responsabilização diante da conduta inadequada e abusiva contra a profissional de medicina”.
O Sindicato dos Policiais Civis, também em nota, repudiou a acusação sofrida pelo policial e considerou a ação um atentado contra o profissional de segurança pública. “Diga-se que acusar o policial civil de abuso de autoridade é um atentado contra o profissional de segurança pública que não mede esforços para garantir o cumprimento do seu dever, pois resta evidente que o policial não agiu com violência ou truculência, tão somente exercera o direito do cidadão de ser submetido à exame de corpo de delito em uma situação de extrema gravidade, vez que fora vitima de represália por parte de facção criminosa”.
O Sinpol destacou, ainda, que fará valer os direitos dos sindicalizados e não será conivente quando algum profissional de saúde ou qualquer outra área se recusar a cumprir o múnus público, deixando a sociedade desassistida.
Veja a nota do Sinpol na íntegra:
“O Sindicato dos Policiais Civis do Estado do Acre (Sinpol/acre), expressa categoricamente a situação lamentável ocorrida no hospital de Manoel Urbano em que um agente de Policia Civil, em serviço, foi acusado de abuso de autoridade é digna de repúdio e extrema indignação.
É crível ressaltar a dificuldade que corriqueiramente os policiais civis sofrem para que as pessoas sejam submetidas ao exame de corpo de delito no interior do estado, ainda que haja uma ínfima quantidade de policiais civis lotados nas unidades e imensa onda de violência que assola os municípios, sobretudo os mais afastados da capital.
Se não bastasse todo o esforço do policial para garantir o cumprimento da lei e a integridade física do cidadão, o profissional ainda se ver obrigado a convencer outros servidores públicos a realizarem o seu trabalho.
Diga-se que acusar o policial civil de abuso de autoridade é um atentado contra o profissional de segurança pública que não mede esforços para garantir o cumprimento do seu dever, pois resta evidente que o policial não agiu com violência ou truculência, tão somente exercera o direito do cidadão de ser submetido à exame de corpo de delito em uma situação de extrema gravidade, vez que fora vitima de represália por parte de facção criminosa.
É notório que o serviço de saúde prescinde de sensibilidade, zelo e compaixão para com o próximo, no entanto não será admitido qualquer tratamento vexatório ou difamatório gratuito em detrimento de um policial no exercício da sua função e à revelia das normas legais.
Resta patente que a ausência de peritos no interior não deve recair sobre os ombros do policial civil, sendo crucial que o profissional de saúde cumpra com o seu dever legal, sem que haja menosprezo a vida humana e ao profissional de segurança pública.
O Sinpol/Acre fará valer os direitos de seus sindicalizados e não comungará com ações isoladas que buscam expor ao descrédito a imagem de profissionais honrados que exercem com zelo o árduo labor no combate à criminalidade, precipuamente, quando algum profissional de saúde ou qualquer outra área se recusar a cumprir o múnus público, deixando a sociedade desassistida”.