Todos nós somos movidos por desejos inconscientes e muito das nossas apreensões com relação ao dinheiro mascaram as verdadeiras motivações internas. Para encontrar respostas mais assertivas é preciso compreender a origem das nossas atitudes e comportamento financeiro, especialmente aqueles que são reproduzidos conforme o comportamento majoritário das pessoas ao nosso redor.
Vejamos a seguir algumas crenças culturais que podem estar interferindo nas nossas vidas:
- Bagagem histórica
Entre as décadas de 80 e 90, o Brasil viveu uma época de hiperinflação (definida como um período de tempo em que o nível médio de preços de bens e serviços aumenta mais de 50% ao mês), o que fez com que as gerações anteriores associassem consumir rapidamente a proteção da sua capacidade de compra, a cultura do imediatismo, que possivelmente tenha sido repassada para as gerações seguintes.
- Consumir para criação de laços
Nosso cérebro tem a percepção de que Consumir seja algo prazeroso, enquanto Poupar, é doloroso. Consumir tem valor afetivo, justificando dívidas e dificultando a real percepção do gasto como endividamento.
Consumir/gastar é um atributo apreciado pela cultura brasileira, pensamos mais no que os outros irão pensar de nós do que nas nossas próprias opiniões/desejos/necessidades.
- Poupar x Investir
Poupar simboliza segurança, por isso milhares de brasileiros ainda preferem a caderneta de poupança para aplicar suas economias, por ser no imaginário delas, um lugar seguro. Já investir remete a risco e nós seres humanos temos aversão à perda e associamos erroneamente risco à perda.
- Crédito x Empréstimo
Quem tem crédito tem credibilidade, aprovação social (sentimento positivo). Quem adere a um empréstimo é percebido em geral como alguém que foi imprudente ou esta passando por dificuldades (nosso cérebro geralmente não pensa que o empréstimo também pode ser uma forma de se alavancar usando recursos de terceiros), sentimento negativo. Como o crédito remete a algo positivo, muitas vezes pode remeter ao problema de complementação de renda por meio dele. E depois ter que tomar empréstimos para quitar dívidas feitas no cartão de crédito, por exemplo, iniciando assim um ciclo de bola de juros contra você.
- Financiamento da casa própria
Outro exemplo de regra social no país é a de financiar a casa própria. Decisão tomada muitas vezes de forma precipitada, lembrando que a casa só se torna sua de verdade, após a quitação da compra. Em outras palavras, esse sonho pode disfarçar o superendividamento dessa decisão, muitas vezes.
Frisando que nossa mente é voltada a confirmar aquilo que previamente nós acreditamos.
Agora que você já conheceu essas crenças culturais, sua mente se expandiu para outros horizontes e a partir dessa dose suas decisões vão ser tomadas com outro olhar.
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