O líder do MDB na Assembleia Legislativa do Estado do Acre (Aleac), deputado Tanízio Sá, disse, nesta quarta-feira (9), em Brasília, que os irmãos Rocha, o ex-vice-governador Major Rocha, e a ex-deputada federal Mara Rocha, apenas usaram a sigla para suas conveniências eleitorais. A declaração foi feita a partir do anúncio da dupla de que, com a filiação do ex-prefeito petista Marcus Alexandre ao MDB para concorrer à Prefeitura da Capital em 2024, deixou o Partido.
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“Eles nunca tiveram ou foram do MDB. Só usaram (o Partido) por um momento”, disse Tanízio sobre o casal de irmãos, que perderam os mandatos no ano passado.
Mara Rocha foi candidata ao Governo do Estado e ficou com a terceira votação, com 11,6% dos votos válidos. Major Rocha, que era vice-governador do Estado após ter sido deputado estadual e federal até 2018, quando foi incorporado à chapa do então candidato ao Governo Gladson Cameli, na disputa pelo primeiro mandato de governador.
Filiado ao PSDB, em 2018, Major Rocha coligou-se com o PP de Gladson Cameli mas, na disputa pela reeleição, já havia se tornado adversário do governador, ao ponto de lançar sua irmã na disputa pelo Governo, cuja eleição foi vencida por Cameli no primeiro turno, com mais de 50% dos votos válidos.
Antes de chegarem ao MDB, os irmãos tiveram uma experiência no PL, partido do então presidente Jair Bolsonaro, de quem Major Rocha e Mara se dizem seguidores. A ligação dos irmãos com a família de Bolsonaro não impediu que o PL fosse entregue no Estado ao senador Márcio Bittar, que estava no PSL e depois no União Brasil, mas mantinha influência na sigla dirigida pelo bolsonarista Valdemar da Costa Neto.
Sem o PL, Mara e Major Rocha tiveram que procurar outra sigla para concorrerem às eleições de 2022 e encontraram guarida no MDB, a convite do então deputado federal e presidente regional Flaviano Melo. Como o MDB local não conseguiu eleger um só deputado federal, Major Rocha não conseguiu ser sequer suplente.
Ao anunciarem suas respectivas saídas do MDB, o casal de irmãos não revelou que destino político e partidário devem tomar. As apostas é que eles devem voltar ao PL por causa das ligações com a família Bolsonaro.