Pimenta: por enquanto, Cúpula da Amazônia só rendeu 200tinho para o povo da mata

Mas, países ricos ainda devem auxílio de US$ 300 bilhões por ano à região

Fome

Elevando o tom da voz na abertura da Cúpula da Amazônia, dia 8, o presidente Lula deixou bem claro que para preservar a floresta em pé, precisamos resolver os seus problemas. “Não é possível conceber a preservação da Amazônia sem resolver os múltiplos problemas estruturais que ela enfrenta. A Amazônia é rica em recursos hídricos, mas em muitos lugares falta água potável. A despeito da sua grande biodiversidade, milhões de pessoas na região ainda passam fome. Redes criminosas hoje se organizam transnacionalmente, aumentando a insegurança por toda a região”, declarou o presidente brasileiro na abertura da Cúpula da Amazônia, na terça-feira, 8.

Cúpula da Amazônia aconteceu em Belém do Pará, durante toda esta semana. Foto: Secom

Poesia pura

 O discurso de Lula não foi uma verdadeira obra de arte. “A Amazônia não é e não pode ser tratada como um grande depósito de riquezas. Ela é uma incubadora de conhecimentos e tecnologias que mal começamos a dimensionar. Aqui podem estar soluções para inúmeros problemas da humanidade – da cura de doenças ao comércio mais sustentável. A floresta não é um vazio a ser ocupado, nem um tesouro a ser saqueado. É um canteiro de possibilidades que precisa ser cultivado”, disse o presidente, num texto tão primoroso que mais parece letra de música. 

Gente

O presidente Lula reforçou que, além do cuidado com o meio ambiente e a biodiversidade da Amazônia, é preciso cuidar das 50 milhões de pessoas que vivem em seu território e ao mesmo tempo cumprir com a meta prometida de zerar o desmatamento até 2030. Para isso, o Governo aposta em uma transição econômica para a região, baseada na industrialização e infraestrutura verdes, na socio bioeconomia e nas energias renováveis. Também haverá o fomento à restauração de áreas degradadas e à produção de alimentos, com base na agricultura familiar e nas comunidades tradicionais.

Polícia

Na área de segurança, será estabelecido, em Manaus, um centro de cooperação policial internacional para enfrentar os crimes que afetam a região. O novo plano de segurança para a Amazônia vai criar 34 novas bases fluviais e terrestres, com a presença constante de forças federais e estaduais, além do apoio das Forças Armadas na faixa de fronteira. No futuro será criado um sistema integrado de controle de tráfego aéreo na região amazônica.

Bolsa

A recriação do programa Bolsa Verde foi formalizada dia 4 passado, nas vésperas da Cúpula da Amazônia, em Belém, pela ministra Marina Silva e os ministros Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar) e Wellington Dias (Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome). O programa foi criado em 2011 durante o primeiro mandato da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e realizava o pagamento de R$ 300 a cada três meses. Com a retomada, o “Bolsa Verde” pagará, a cada três meses, o valor de R$ 600. O auxílio é destinado para as famílias que vivem dentro de reservas e assentamentos extrativistas e outras modalidades de assentamento.

Calote

Na carta assinada por todos os presidentes da região amazônica, há uma cobrança explícita aos países ricos.  “Manifestamos nossa preocupação com o não-cumprimento, por parte dos países desenvolvidos, do compromisso de financiamento para o desenvolvimento equivalente a 0,7% do rendimento nacional bruto; de financiamento climático de US$ 100 bilhões por ano em recursos novos e adicionais aos países em desenvolvimento, conclamamos os países desenvolvidos a cumprirem suas obrigações de financiamento climático; e a contribuir para a mobilização de US$ 200 bilhões por ano, até 2030, previstos pelo Marco Global para a Biodiversidade de Kunming-Montreal para a implementação dos planos de ação e estratégias nacionais de biodiversidade, por meio da provisão de recursos financeiros novos, adicionais, previsíveis e adequados”. Esperamos que, quando quitarem a dívida, a Bolsa Verde ganhe um reajuste para pelo menos um salário.

Povos

Na condição de vice-presidente do Parlamento Amazônico, a deputada federal Socorro Neri participou dos debates da Cúpula da Amazônia e se manifestou em defesa de uma discussão abrangente e inclusiva. Segundo ela, o evento destacou a importância de colocar no centro das discussões as pessoas que vivem na região, como os povos originários, as comunidades tradicionais, ribeirinhas, quilombolas e os que habitam nas cidades amazônicas.

Basta

“Chega de sermos ineficientes, de ouvirmos discursos do mundo inteiro sobre a Amazônia como o senhor presidente aqui tão bem registrou. Não dá para pensar em desmatamento zero e nem sobre essa grande responsabilidade que o bioma Amazônico tem sobre o equilíbrio climático do mundo sem considerar quem vive nessa região e que precisa viver de acordo com os avanços do Século XXI”, salientou Neri.

Passar bem

A cúpula do MDB ainda não se manifestou oficialmente sobre a desfiliação dos irmãos Wherles e Mara Rocha após o ingresso do ex-petista Marcus Alexandre com a vaga já garantida para concorrer à Prefeitura de Rio Branco em 2024. Mas, a julgar pelas declarações do líder do MDB na Aleac, deputado Tanízio Sá, não haverá nenhuma reação. O repórter Tião Maia informa que Tanízio, de Brasília, mandou dizer que os irmãos Rocha apenas usaram a sigla para suas conveniências eleitorais. “Eles nunca estiveram ou foram do MDB. Só usaram (o Partido) por um momento”, disse Tanízio sobre os irmãos, que perderam os mandatos no ano passado.

Rodízio

Antes de chegarem ao MDB, os irmãos tiveram uma experiência no PL, partido do então presidente Jair Bolsonaro, de quem Major Rocha e Mara se dizem seguidores. A ligação dos irmãos com a família de Bolsonaro não impediu que o PL fosse entregue no Estado ao senador Márcio Bittar, que estava no PSL e depois no União Brasil, mas mantinha influência na sigla dirigida pelo bolsonarista Valdemar da Costa Neto.

Sem rumo

Sem o PL, Mara e Major Rocha tiveram que procurar outra sigla para concorrerem às eleições de 2022 e encontraram guarida no MDB, a convite do então deputado federal e presidente regional Flaviano Melo. Como o MDB local não conseguiu eleger um só deputado federal, Major Rocha não conseguiu ser sequer suplente. Ao anunciarem suas respectivas saídas do MDB, o casal de irmãos não revelou que destino político e partidário devem tomar. A aposta é que eles devem voltar ao PL por causa das ligações com a família Bolsonaro.

Herança

O espólio da senadora Soraya Thronicke (Podemos/MS) está sendo entregue ao senador Alan Rick (União/AC). Na última quarta-feira (9), ele foi eleito presidente da Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA) na vaga que pertencia à Soraya que deixou o partido. Durante seu discurso de posse, Alan Rick disse que a produção agropecuária é a locomotiva do Brasil, promovendo o desenvolvimento, gerando empregos e renda e contribuindo para uma balança comercial positiva. “O setor tem sido uma das principais fontes de desenvolvimento econômico do país, cresce constantemente, gera empregos e aumenta a renda da nossa população, além de ser o maior promotor da nossa balança comercial positiva, por meio das nossas exportações”.

Acre

O senador citou ainda as vocações do Acre, para a agricultura e pecuária do país. “O Acre detém uma forte vocação agrícola, com um clima favorável para o cultivo de diversas culturas. A carne também é uma importante fonte de renda para a região, com o patrimônio bovino avaliado em R$ 10 bilhões e que chega a gerar cerca de R$1,5 bilhão de renda para 38 mil produtores rurais, dos quais, 25 mil são pecuaristas. Temos uma área agricultável de 390 mil hectares no eixo da BR-364 e da BR-317, com boas práticas de produção e escoamento”.

Guarda livros

O deputado estadual Tadeu Hassem (Republicanos-AC) está determinado a fortalecer o curso de Ciências Contábeis da Universidade Federal do Acre (Ufac) e, para tanto, tem compromisso firmado com a reitora da universidade, Guida Aquino. Para tanto, o deputado, que é contador público e presidente da Comissão de Orçamento e Finanças da Assembleia Legislativa do Acre (COF/Aleac), reuniu em seu gabinete o presidente do Conselho Regional de Contabilidade do Acre (CRC/AC) e o deputado federal Roberto Duarte (Republicanos-AC).

Pobres

Tadeu explicou que o curso na Ufac foi criado recentemente. Antes de sua criação, era oferecido unicamente em instituições particulares; sendo, desta forma, dificultado o acesso às famílias carentes. “Se o filho, se a filha, de uma família pobre quer ser contador ou contadora, a eles devem ser garantidos esse direito. É meu papel como parlamentar lutar por isso, é uma questão de honra, por essas famílias e pela profissão que amo. Infelizmente, um deputado estadual não possui alcance em Brasília, e para essa missão, conto com meu presidente e deputado federal”, afirma Tadeu.

Reforço

Duarte aceitou o desafio: “Nós vamos buscar, juntos, formas de garantir os investimentos necessários à manutenção do curso”, garantiu o deputado federal. Wellington comemorou a reunião, que celebrou o início de uma parceria em prol do crescimento da categoria: “Nós temos a alegria de ter um contador como deputado estadual. Agora, com o apoio de um deputado na esfera federal, nossa categoria fica mais forte”.

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