Terra Prometida: cerca de mil famílias deixam áreas invadidas após destruição de casas

Com a retirada dos moradores, a Polícia Militar já desocupou toda a área e começou a derrubada das casas

Cerca de mil famílias foram despejadas de suas casas após a ação de reintegração de posse da área conhecida como “Terra Prometida”, nos bairros Irineu Serra e Defesa Civil. O cumprimento da ordem aconteceu nesta terça-feira (15), pelas Forças de Segurança do Acre.

A comunidade Terra Prometida fica localizada nos bairros Defesa Civil e Irineu Serra. Foto: Juan Diaz/ContilNet

Embora o Estado tenha anunciado uma série de medidas para amparo das famílias retiradas, boa parte dos moradores ainda não sabem para onde irão após o despejo.

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Famílias deixaram suas casas após ação da Polícia Militar. Foto: Juan Diaz/ContilNet

 Luzia Araújo morava em uma casa com os 4 filhos e o marido. Sem ter uma moradia, ela agora não sabe como ficará a situação dela e das crianças.

Luzia Araújo é uma das moradoras que tiveram suas casas derrubadas. Foto: Juan Diaz/ContilNet

“Eu pedi para deixar nossas coisas na casa dos outros. Hoje eu vou dormir na casa da minha sogra e amanhã sabe Deus. Não sei pra onde nós vamos”, disse.

Luzia disse que assim que chegou no local, há cerca de 1 ano e meio, o Estado prometeu a regularização das posses, por isso, o nome da comunidade foi reconhecido como ‘Terra Prometida’. 

Foto: Juan Diaz/ContilNet

 Além disso, ela lembra que a família precisou gastar dinheiro para construir a casa de madeira, que agora foi derrubada.  “Ficou todo mundo na expectativa. Porque que mandaram a gente ir embora? A casinha é velhinha? É! Mas foi gasto dinheiro que a gente não tinha para fazer. Ficava com fome em casa com as crianças para a gente construir isso daqui”, desabafa.

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Maria Antônia, outra moradora da Terra Prometida, mãe de uma criança autista, lembrou que a comunidade abriga idosos e crianças, que agora, não terão um direito básico: o acesso à moradia digna.

Maria Antônia, moradora do Terra Prometida. Foto: Juan Diaz/ContilNet

“O coração fica em pedaços. É um sentimento de raiva e de tristeza. Aqui tem muita criança, deficiente, idosos que estão chorando. A gente não tem pra onde ir. Eu não sei pra onde eu vou”, disse.

Medidas adotadas pelo Governo do Estado

O Estado anunciou a disponibilização do Parque de Exposições Wildy Viana, no 2º Distrito de Rio Branco, para receber temporariamente a população que não tenha lugar para ir.

Foto: Juan Diaz/ContilNet

“O governo se comprometeu com a oferta de serviços básicos, além do armazenamento e segurança dos pertences das famílias até que sejam inseridas no Programa Bolsa Moradia Transitória”, disse o Governo.

A Secretaria de Assistência Social e dos Direitos Humanos disponibilizou também transporte das pessoas, assim como dos bens para o novo lugar de moradia.

O benefício do aluguel social também está sendo oferecido no local por uma equipe composta por dez assistentes sociais e um psicólogo.

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