PF dá detalhes sobre operação que prendeu grupo suspeito de invasões à terra da União

Entre os alvos estava Amair Feijole da Cunha, um dos envolvidos na morte da missionária Dorothy Stang

Em coletiva de imprensa na manhã desta terça-feira (29), na sede da Polícia Federal do Acre, os delegados responsáveis pelas operações Terra Prometida e Xingu, realizada nas primeiras horas do dia, deram detalhes sobre a ação. O prejuízo à União foi de mais de R$ 30 milhões.

Delegados da PF durante coletiva de imprensa – Foto: ContilNet

De acordo com informações da PF, foram cumpridos quatro mandados de prisões de sujeitos de alta periculosidade e organizações criminosas foram tiradas de circulação. Entre os alvos estava Amair Feijoli da Cunha, um dos envolvidos na morte da missionária Dorothy Stang, morta a tiros em 2005. Ele seria um dos pecuaristas responsáveis por financiar a grilagem nos territórios em questão.

Segundo informações do delegado de Polícia Federal, Bernad Castilho, responsável pela Xingu, a operação tinha como foco três áreas de terras localizadas em Lábrea, Amazonas e na floresta do Antimary.

Delegado Bernard Castilho – Foto: ContilNet

“O objeto de interesse da Justiça Federal do Acre é a floresta do Antimary, fazenda Canaã, e o objeto de interesse da justiça do Amazonas são as fazendas Pista do Meio e fazenda Xingu, áreas tomadas pelo grupo e desmatadas em 2022”, explicou.

Lavagem de dinheiro

Conforme dados da PF, mais de 88 hectares de terra foram desmatados, o que equivale a 800 campos de futebol. Dois fazendeiros alvos das operações seriam os responsáveis por financiar o desmatamento na área, tendo investido cerca de R$ 1,5 milhões.

Era realizada, ainda, uma ação chamada “gado de papel”, na qual bovinos eram criados na área irregular e também em propriedades regularizadas, no entanto, ao registrar os animais das áreas regulares, no Guia de Transporte Animal (GTA), era colocada uma quantidade muito além do realmente existente, a fim de camuflar a criação de gado existente nas áreas de invasão, e assim conseguir realizar a venda.

A organização criminosa praticava, também, a emissão de documentos falsos, venda ilegal de madeira, e a venda de imóveis rurais em área da União.

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