O governo do Acre e o Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) iniciaram na terça-feira (29), as tratativas referentes à doação de um terreno pertencente ao Estado, localizado no Bairro Defesa Civil, para construção de casas populares. No local foi criada a ocupação Marielle Franco.
A área possui três hectares e desde o ano de 2021 vem sendo ocupada irregularmente por cerca de 109 famílias. O Governo, ouvindo os apelos dos moradores do local, sinalizou positivamente para uma proposta apresentada pelo movimento social.
“O governador Gladson Cameli tem total interesse em buscar uma solução definitiva para a comunidade da Ocupação Marielle Franco. Vamos dialogar e encontrar a melhor alternativa para que essas famílias sejam contempladas com suas moradias dentro de um processo transparente e legal”, disse Luiz Calixto, secretário adjunto de Governo.
As casas e apartamentos serão construídos por meio do programa Minha Casa Minha Vida – Entidades. Ao todo, o projeto prevê 270 unidades habitacionais.
“Nossa expectativa é construir um projeto de qualidade para as famílias, que em sua maioria recebem de um a dois salários mínimos por mês. São essas pessoas que definirão, por exemplo, onde vai ficar o banheiro e o tamanho dos quartos. O grande diferencial do Entidades é o protagonismo dos moradores”, explicou o integrante da coordenação nacional do MTST, Felipe Vono.
A Secretaria de Habitação e Urbanismo (Sehurb) tem prestado apoio técnico ao projeto. “Estamos fazendo o levantamento planialtimétrico da área, fornecendo os nossos projetos de casas e apartamentos populares, além de orientação do plano diretor da cidade e outras demandas pertinentes”, pontuou Leonardo Neder, diretor técnico da pasta.
A previsão é que a ordem de serviço para o conjunto residencial seja assinada em janeiro de 2023. A Associação Esperança de um Novo Milênio será responsável pela obra e, em parceria com o Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto, fará a seleção das famílias.
Moradora mais antiga da ocupação, Rakelene Santos falou sobre a realização do sonho de ter a casa própria. “Depois de muitas lutas, incertezas e o medo de sermos despejados, estamos felizes e gratos por tudo o que está acontecendo. A partir de hoje, podemos deitar a cabeça no travesseiro e dormir tranquilos, além de ter a confiança que teremos o nosso lar”, declarou.