Doação de órgãos: uma poderosa atitude em meio à desinformação; artigo de Maysa Bezerra

Foto: Reprodução

Sextou!? Assim que a nova geração se cumprimenta, já na espera do famoso final de semana, onde inicia as festas, rolês, e será nessa “encanto” de festividade, que me vem uma reflexão que quero compartilhar.

Em todas as TVs, internet, na rede de comunicação, se ver os comentários sobre “o transplante de coração do apresentador Fausto Silva, o Faustão. Mas, na minha nobre curiosidade, fui buscar de quem era o CORAÇÃO, sua história de vida, suas perspectivas de sonhos, seu dia-a-dia, e percebe-se que havia um ser humano simples, com características comuns, com uma vida rotineira, que ao final de uma jornada de vida de apenas 35 anos, se tornou um “salvador de várias vidas”.

Falo de Fábio Cordeiro da Silva, um jogador de futebol amador e azulejista de 35 anos. De acordo com o Notícias da TV e o Balanço Geral, o jogador morreu depois de sofrer um acidente vascular cerebral durante o trabalho de azulejista no final de semana.

Logo após a confirmação da sua morte cerebral, seus órgãos saíram da Casa de Saúde de Santos e embarcaram em dois helicópteros.

O que ajudará a contar 20 novas histórias, porque ele conseguiu doar vários órgãos, para várias pessoas, que há meses estão na fila do SUS.

Mas porque, insisto em contar detalhadamente essa história? Porque parece que vivemos em mundos paralelos. E é exatamente nesse contexto, que irei abordar um tema de extrema importância e sensibilidade: a doação de órgãos e a significativa desinformação que ainda permeia a sociedade em relação aos critérios estabelecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A atitude de doar órgãos é verdadeiramente poderosa, capaz de salvar vidas e proporcionar uma segunda chance a quem precisa, mas para que isso ocorra de forma eficaz, é fundamental entender como o sistema funciona.

Devemos reconhecer o heroísmo daqueles que tomam a decisão de doar órgãos, muitas vezes em momentos de grande dor e perda, assim, como foi o exemplo de Fábio Cardoso, Antônios, Marias, Joanas, Josés e tantos outros. Essas pessoas estão dando um presente inestimável, a esperança de uma nova vida a alguém que enfrenta uma condição médica grave. A doação de órgãos é um gesto que transcende o egoísmo e coloca em prática um dos mais nobres valores humanos: o amor ao próximo.

Quando alguém decide doar um órgão, está oferecendo a oportunidade de vida a outra pessoa que enfrenta uma doença grave. É um ato de generosidade que pode mudar o destino de famílias inteiras. Seja rico, seja pobre. Seja legal, seja chato. Seja evangélico, seja católico. Aqui, não fala-se sobre prioridades, rótulos ou nível social, e sim, sobre “servir”, sem olhar a quem. É saber que aquele ente querido, continua na vida de uma outra pessoa.

Difícil essa proposta né? Complicado não termos a informação correta dos processos e iniciar a desinformação. Porque somos egoistas e já é da natureza de muitos, acreditar que há privilégios no “apagar das luzes”.

Foram tantas desinformações a cerca do tema o que torna um obstáculo. Muitos mitos e equívocos cercam a doação de órgãos e os critérios do SUS. Ontem mesmo, o nobre Fausto Silva, há 3 dias em recuperação, fez necessário vir às redes sociais se explicar, sobre como tinha sido o processo de doação, como forma de falar a sociedade, “EI, você aí, vamos ser mais humanos?! Eu quero viver. Esse foi o recado mascarado.”

Como forma se informar, é importante esclarecer que o SUS possui critérios rigorosos e éticos para determinar quem pode receber um órgão transplantado.

Esses critérios consideram fatores médicos, como compatibilidade, gravidade da condição do receptor e tempo de espera, para garantir a justiça e a equidade no acesso aos transplantes.

Desmistificar esses equívocos é essencial para promover a confiança na doação de órgãos e assegurar que as decisões sejam tomadas com base em critérios justos e científicos.

Portanto, como sociedade e influenciadora de opiniões é nosso dever disseminar informações corretas sobre a doação de órgãos e os critérios do SUS.

Devemos incentivar o diálogo aberto sobre esse assunto, destacando o poder transformador da doação e o compromisso do sistema de saúde em garantir que a alocação seja feita de maneira justa e transparente.

Neste momento em que celebramos a coragem daqueles que doam e a esperança que oferecem aos que recebem, também é importante lembrar que a verdadeira força está na informação e na educação. Juntos, podemos combater a desinformação e fortalecer a cultura da doação de órgãos, salvando vidas e construindo um sistema de saúde mais justo e eficaz.

Lembre-se, a doação de órgãos é uma demonstração de generosidade e empatia que pode mudar destinos. Pode mudar a minha história, a sua história, a história de várias famílias.

Para concluir, Fábio Cordeiro morreu enquanto trabalhava como azulejista durante o final de semana. A família do doador precisou de uma vaquinha para realizar o enterro.

— Isso mostra como ele era querido pelos amigos — disse José Pereira da Silva, de 70 anos, pai de Fábio, em entrevista à TV Record, ao ser questionado sobre os custos do sepultamento.

Em post no Instagram, Luciana ressaltou que o domingo “foi um dia abençoado” para Faustão e os parentes.

Fausto Silva ficou emocionado ao agradecer a família da pessoa que doou o coração que ele recebeu em um transplante. Em vídeo publicado, Faustão agradece a José e Fábio pelo gesto de “generosidade absurda”.

— Fazer um agradecimento especial ao José Pereira da Silva, pai do Fábio, que teve uma grandiosidade incrível, uma generosidade absurda, proporcionou que eu estivesse vivo.

Eternamente grato ao José Pereira da Silva, um homem simples, eu fico emocionado, porque ele me deixou a chance de viver de novo — diz Faustão.

Informe-se, compartilhe conhecimento e faça parte dessa poderosa atitude que salva vidas.

Você pode mudar tudo ao seu redor, a partir das informações CORRETAS. Pare com a desinformação.

Até a próxima coluna,

Maysa Bezerra

Coach, escritora  e defensora da doação de órgãos.

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