Na última semana, o governo federal anunciou o investimento de R$ 600 milhões de recursos do Fundo Amazônia. Os valores foram disponibilizados para apoiar municípios brasileiros no controle do desmatamento e de incêndios florestais.
No Acre, as cidades que receberão recursos do Fundo da Amazônia são Feijó, que lidera os índices de desmatamento no estado, Sena Madureira, Rio Branco e Tarauacá.
VEJA MAIS: Quatro cidades do Acre estão aptas a receber verbas do Fundo Amazônia para combate a queimadas
Anteriormente, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, havia declarado que iria conversar com a União Europeia, para garantir que recursos enviados para o Fundo Amazônia, sejam destinados também para fortalecer ações de segurança pública nos estados que compõem a Amazônia Legal, incluindo o Acre.
Ou seja, os recursos milionários do Fundo, que é administrado pelo Ministério do Meio Ambiente, gerido pela ministra Marina Silva e financiado pelo BNDES, pode ser utilizado em diversas áreas.
O Jornal Folha de SP, em uma matéria publicada nesta sexta-feira (15), reuniu dados da DW em conjunto com o BNDES e apresentou alguns projetos que foram impactados pelo Fundo Amazônia.
No Acre, o jornal elencou três projetos que foram beneficiados com os recursos.
O primeiro diz respeito sobre um projeto extrativista de produção de polpas de frutas, em uma comunidade do povo Ashaninka, na TI Kampa do Rio Amônia.
CONHEÇA: Indígenas do Acre montam cooperativa extrativista e geram renda nas aldeias
Segundo a Folha, o Fundo Amazônia destinou R$ 6,6 milhões entre 2015 e 2018, para a Associação do Povo Indígena desenvolver a produção, especialmente de frutas típicas.
Um segundo projeto destinou R$ 6,4 milhões entre 2015 a 2017, para uma área que envolve a tríplice divisa entre o Acre, Amazonas e Rondônia, a AMACRO, conhecida pelos conflitos agrários intensos.
O Fundo Amazônia enviou recursos para estruturar unidades de processamento de frutas, secagem e extração de óleo e desenvolver atividades sustentáveis na produção de cupuaçu, pupunha e açaí.
Apoio milionário ao governo do Acre
O Fundo Amazônia ainda disponibilizou, ao total, cerca de R$ 53 milhões até 2019, para apoiar diretamente o governo do Acre para melhorar a capacidade de reduzir a derrubada de florestas no estado.
O valor foi usado para a compra de sistemas de monitoramento e controle, treinamento de funcionários para análise de imagens de radar e mais.
O Instituto de Meio Ambiente do Acre também foi beneficiado pelo recurso do FA. O governo do Estado usou o valor para reformar a sede do IMAC, aquisição de mobiliário, computadores e veículos.
O Fundo Amazônia
Criado em 2008 pelo presidente Lula, o programa visa captar recursos e doações para proteção, defesa e combate ao desmatamento da Amazônia Legal Brasileira. O Fundo é conduzido pelo BNDS, porém, os recursos são administrados pelo Comitê Amazônia (Cofa), indicado pelo Ministério do Meio Ambiente.
Suspenso no Governo Bolsonaro
O programa foi suspenso no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. Após a posse do presidente Lula, a Alemanha, uma das maiores doadoras do Fundo, anunciou que iria desbloquear o valor de R$ 1 bilhão.