Flamengo quer voltar ao CBLOL e espera por vaga

Medellin, empresa que administra o projeto de esports do Rubro-Negro, manifesta interesse em retornar ao Campeonato Brasileiro de League of Legends

Centro de treinamento do Flamengo Medellin em São Paulo, com troféu do 2º Split do CBLOL 2019 — Foto: Gabriel Oliveira

Centro de treinamento do Flamengo Medellin em São Paulo, com troféu do 2º Split do CBLOL 2019 — Foto: Gabriel Oliveira

Flamengo deseja retornar ao Campeonato Brasileiro de League of Legends (CBLOL) e espera pela disponibilidade de uma vaga. Rafael “Patron”, CEO da Medellin, empresa que administra o projeto de esports do Rubro-Negro, confirma que a equipe trabalha para estar no CBLOL de novo, com a ressalva de que isso depende de uma equipe sair para comprar a vaga ou o torneio aumentar o número de participantes.

— A gente tem muito interesse em voltar para o CBLOL. Infelizmente, quando a gente chegou, o Flamengo já tinha saído. Não tinha muito o que fazer. Hoje não depende de nós. Se for depender da nossa vontade de participar do LoL, estamos dentro. Depende de uma organização não querer mais participar ou a Riot Games mudar o formato e, dentro disso, sermos convidados — disse Patron em entrevista ao ge.

Equipe de esports criada em 2018, a Medellin se aproximou da Simplicity, a empresa norte-americana que era a administradora do Flamengo nos esportes eletrônicos, para cuidar da operação nos últimos seis meses de contrato da companhia com o clube, encerrados no meio deste ano. Só recentemente, em julho, a Medellin assinou o contrato de licenciamento diretamente com o Rubro-Negro para assumir a gestão.

O Flamengo deixou o CBLOL no ano passado, quando a Simplicity, detentora da vaga pelo Flamengo, a vendeu para a LOS. No 2º Split de 2022, a equipe chegou a ser chamada de Flamengo Los Grandes, embora o posto no campeonato já estivesse sob controle da LOS.

Patron disse que tem mantido contato tanto com os times do CBLOL quanto com a desenvolvedora sobre esse interesse. Embora o executivo não tenha confirmado, o ge apurou que a Medellin procurou a Liberty entre o final do ano passado e o começo deste, mas as conversas não avançaram porque a organização não teria o interesse de se desfazer da vaga.

Como outro passo dessa reaproximação, o Flamengo deve participar do campeonato de LoL do Multiplataform eSports Games (MEG), evento de esports a ser realizado no Rio de Janeiro, em 5 de novembro.

O objetivo, conforme apurado pelo ge, é restabelecer a conexão da torcida do LoL com o Flamengo e chamar a atenção da Riot para a nova gestão do time. Quando a Simplicity entrou como uma das selecionadas para a franquia, iniciada em 2021, era justamente com o nome do Flamengo, visto pela desenvolvedora como ativo importante de popularidade para o CBLOL.

— O Flamengo como clube tem interesse, porque para tudo que agrada a torcida dão uma atenção especial, mas o interesse maior é da nossa parte [Medellin]. É um interesse que a gente já tinha antes mesmo de estar com o Flamengo. Quando veio o Flamengo, é o lugar certo para estarmos. É o jogo favorito da nossa torcida — declarou Patron.

A preferência tem explicação na história. O Flamengo entrou para o LoL em 2017, disputou o Circuito Desafiante, o campeonato da 2ª divisão daquela época, em 2018 e, logo na primeira edição, conseguiu o acesso para o CBLOL. Daí em diante, foram quatro finais consecutivas, sendo que, no 2º Split de 2019, a equipe conquistou o título.

Aquele elenco, que representou o Brasil no Campeonato Mundial, tinha o topo Leonardo “Robo”, o caçador Byeong-hoon “Shrimp”, o meio Bruno “Goku”, o atirador Felipe “brTT” e o suporte Chang-hoon “Luci”.

— Se a gente consegue retornar ao LoL, vai ser um impacto muito grande para o cenário. A gente está trabalhando fortemente para, de alguma forma, entrar — comentou Patron.

Recentemente, o head de esports do LoL nas Américas, Carlos Antunes, comentou que uma eventual expansão para aumentar o número de times participantes do CBLOL, hoje em dez, depende de uma maturidade financeira do campeonato, já que, com mais equipes, a receita da franquia seria dividida com quantidade maior de clubes. Essa possibilidade é considerada remota no momento, disputadas só três temporadas do modelo de franquia.

Segundo o CEO, a Medellin não tem prazo para ter uma decisão de entrada ou não no CBLOL.

— Na hora que o LoL aparecer, estamos dentro. Não vai ter outra oportunidade. Se tiver uma oportunidade agora e não formos nós, pode ser que não apareça outra.

Hoje o Flamengo, sob a gestão Medellin, tem times no Counter-Strike: Global Offensive (CS:GO), PUBG Mobile e Free Fire, tanto de celular quanto de emulador.

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