Um novo relatório do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden/MCTI), publicado nesta segunda-feira (16), expôs a situação de monitoramento e impactos da seca no mês de setembro.
O Índice Integrado de Seca (IIS3 e 6) demonstrou que o fenômeno foi diferente em municípios do Acre. As condições foram de seca moderada a extrema.
As regional do Vale do Juruá, por exemplo, atingiu o nível crítico na classe das secas: o de severa. Já a regional do Tarauacá/Envira figurou na classe moderada, assim como alguns municípios da tríplice fronteira do Acre. Já as regionais próximas a capital Rio Branco, a seca foi considerada baixa, como mostra o mapa:
O levantamento avaliou também os impactos da seca na agricultura do país. Os estados do Amazonas e do Acre apresentam 14 e 12 municípios com mais de 80% de suas áreas agroprodutivas afetadas pela seca, respectivamente.
O Cemaden divulgou também a propagação da seca no mês de setembro. No Acre, a condição da seca se apresentou no índice de alerta, por conta da chuva abaixo da média e stress hídrico no solo.
Pior seca dos últimos anos
O Acre faz parte dos oitos estados da Região Norte e Nordeste que enfrentam a pior seca desde 1980, por causa da falta de chuvas. O cenário extremo está estritamente ligado ao fenômeno El Niño, que está atípico em 2023. O alerta já tinha sido feito pelo professor e pesquisador da Ufac, Alejandro Fonseca, que informou ao ContilNet, em junho, que a influência do El Niño iria diminuir as chuvas no Acre.
Porém, na época, mesmo não havendo estudos claros que indicassem a influência do El Niño no Acre, o pesquisador afirmou que após as mudanças climáticas vistas no país e no mundo, não deveria ser descartada a possibilidade de eventos extremos ocasionados pelo fenômeno.
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A seca extrema fez com o que a Prefeitura de Rio Branco declarasse situação de emergência. O decreto considerou os baixos índices pluviométricos, que indicam uma estiagem crítica e prolongada na capital, causando a diminuição dos rios e baixa umidade do ar.
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