O governo do Acre emitiu nesta sexta-feira (20) uma nota técnica sobre as razões que levaram a morte de milhares de peixes no Rio Amônia, em Marechal Thaumaturgo, em setembro deste ano. De acordo com a nota, a temperatura elevada, somada ao baixo nível do rio teria diminuído a disponibilidade de oxigênio, ocasionando a mortandade dos peixes.
O estudo foi feito por meio da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema) e do Instituto de Meio Ambiente do Acre (Imac), em parceria com a Universidade Federal do Acre (Ufac), com amostras coletadas nos dias 4 de outubro.
“A equipe técnica conclui que, diante dos resultados das entrevistas com ribeirinhos, reunião com os representantes institucionais e levantamentos bibliográficos, no dia do evento de mortandade de peixes, no Rio Amônia, possa ter ocorrido uma diminuição das concentrações de oxigênio dissolvido, em função da elevação extrema da temperatura da água, associada ao baixo nível da coluna d’água, tornando o ambiente inóspito aos peixes”, diz trecho da nota.
Foram realizadas entrevistas com moradores e instituições parceiras, além de levantamento bibliográfico científico sobre a temática. A equipe visitou uma área de de cerca de 10 km do Rio Amônia, com pontos de coleta diferentes que se estenderam até o Rio Juruá.
De acordo com a nota, não foi detectada a presença de metais pesados na água. “Ressalta-se, ainda, que na amostra de água não foi detectada a presença de metais pesados; e para as variáveis DBO, nitrogênio amoniacal, fósforo total e coliformes termotolerantes, que são indicadores utilizados para qualidade de água, constatou-se valores dentro dos limites aceitáveis para rios de classe II, com exceção do nitrogênio amoniacal, que apresentou valores acima do aceitável pela legislação. Todavia, este fato não implicaria em mortandade de animais”, destaca a nota.
A secretária de Meio Ambiente Julie Messias, disse que a situação acende alerta para a temperatura das águas e que ações para amenizar os impactos da seca, que atinge não só o Acre, mas toda a região Norte, estão sendo adotadas.
“O laudo da avaliação da qualidade da água que descarta contaminação, acende um outro alerta que é a alta temperatura da água. Estamos dialogando na Sala de Crise da Região Norte, da Agência Nacional de Águas (ANA), a qual a Sema, por meio da Sala de Situação, integra”, afirmou.
O caso veio a tona quando o morador de uma comunidade às margens do rio gravou um vídeo onde dezenas de peixes apareciam mortos boiando no Rio Amônia, no dia 28 de outubro.
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Nas imagens, aflito, o homem expressa sua preocupação com a cena e faz um alerta sobre a situação. “Eu acredito que seja consequência das queimadas. Eu nunca tinha visto no Amônia, morrer esse tanto de peixes”, disse.