Ao ver o filho mais novo começar a atirar contra o irmão mais velho, o pai dos envolvidos tentou evitar o crime, cometido em Rio Verde (GO) — a cerca de 430km do Distrito Federal — na tarde dessa segunda-feira (23/10).
Antes do homicídio, o pai segurou o atirador e suplicou para que o filho mais novo não disparasse, mas não foi ouvido. O criminoso, de 35 anos, acabou matando o irmão com cinco tiros, na frente da família, após uma discussão sobre negócios.
A polícia não divulgou as identidades dos envolvidos. Delegado responsável por investigar o caso, Adelson Candeo afirmou que o pai, a mãe e a irmã do atirador, além de uma criança de 2 anos, presenciaram o assassinato.
“O pai contou que, ao ouvir o primeiro disparo, o que jamais esperava, segurou o filho mais novo e pediu para que parrasse, mas não deu tempo”, detalhou o delegado. “Ele conseguiu dar outros quatro tiros. Ao menos três acertaram o irmão mais velho: um no peito, um na cabeça e um nas costas.”
A Polícia Civil de Goiás (PCGO) prendeu o suspeito poucas horas depois do crime, em um hotel em Santa Helena de Goiás (GO).
Veja o momento da prisão:
Briga entre irmãos
O caso é apurado pelo Grupo de Investigação de Homicídios (GIH) da Delegacia de Rio Verde (8ª DRP). O irmão mais novo carregava um caminhão de areia, em ponto de extração, quando foi surpreendido pelo mais velho.
“O irmão mais velho havia levado a filha para a aula, chegou ao local [do crime] no carro do pai e começou a discutir com ele e a vítima”, afirmou o delegado.
Durante a briga, o filho mais velho teria acusado os outros dois de supostamente o prejudicarem em negócios de família. A discussão seguiu até o momento em que o irmão mais novo sacou uma arma, um revólver calibre 38 (foto em destaque), e atirou cinco vezes.
Fuga
O pai tentou socorrer a vítima e a levou para uma Unidade de Pronto-Atendimento (UPA), a cerca de 18km do local. Enquanto isso, o irmão mais novo entrou no caminhão e fugiu. Na sequência, pegou um veículo menor e deixou a cidade.
A equipe de investigação conseguiu encontrá-lo e prendê-lo em flagrante. O suspeito entregou a arma do crime, segundo a PCGO. “Ele confessou. Disse que ficou realmente nervoso, porque o irmão já tinha o agredido, além do pai, em uma ocasião anterior. Sempre os acusando de o prejudicarem financeiramente, mas o pai disse que isso jamais existiu”, destacou o delegado Adelson Candeo.
O investigador afirmou que, pouco antes do crime, o pai chegou a mostrar para o filho mais velho as contas dos negócios da família. Mesmo assim, ele continuou com as ofensas, os xingamentos e as acusações, o que teria levado o mais novo a matá-lo. O atirador ainda contou à polícia que tinha a arma há um tempo, por medo de novas agressões do irmão.