Em menos de duas semanas o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2023 será aplicado em todo o Brasil, quando mais de 3,9 milhões de inscritos disputarão vagas no ensino superior.
As provas estão marcadas para 5 e 12 de novembro. Tradicionalmente, o tema da redação, aplicada no primeiro dia, dá a tônica de suspense ao exame: a cada edição, professores, especialistas e estudantes fazem apostas sobre qual será o pedido da banca.
O Metrópoles, com ajuda da especialista em redação e professora Roberta Panza, da plataforma de ensino on-line Descomplica, listou cinco possíveis temas para esta edição do Enem (veja abaixo).
Temas que podem “cair” na redação
Desde o início, 2023 foi palco de acontecimentos políticos, sociais, ambientais e econômicos importantes, como os atos antidemocráticos do 8 de Janeiro, a aprovação da reforma tributária, o aumento da violência nas escolas e as enchentes e seca no país.
Do saneamento básico, crise climática até a inteligência artificial, confira os possíveis temas que podem cair na redação do Enem 2023:
-Saneamento básico e água:
O primeiro semestre foi marcado por discussões fortes acerca do Marco Legal do Saneamento Básico. Ele foi alterado durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), e também foi especulado como o possível tema da prova do ano passado.
– importância da educação sexual para a saúde da juventude no Brasil:
De acordo com dados do Ministério da Saúde, no período de 2017 a 2019 a utilização de preservativos caiu de 47% para 22% entre jovens. Isso levanta preocupações com o aumento nos casos de gravidez precoce e infecções sexualmente transmissíveis (ISTs).
-Educação ambiental + crise climática:
Uma pauta em alta na mídia e nas discussões do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que prioriza a questão ambiental e climática. Apesar de ter sido um subtema em 2022, quando abordou as questões de demarcação de terras indígenas, o ambientalismo foi foco central da redação do Enem pela última vez em 2008, com o tema “A máquina de chuva da Amazônia”.
-PL Fake News:
Em 2022 e no primeiro semestre deste ano, o imbróglio da aprovação do PL de Fake News foi motivo de debate em todo o país — a regulamentação das redes é um tema polêmico.O assunto apareceu três vezes nas edições anteriores: em 2018 o Enem abordou a “Manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados na internet”; em 2014 pediu uma redação sobre a publicidade infantil. Já em 2004, o Enem tratou diretamente do tema: “Como garantir a liberdade de informação e evitar abusos nos meios de comunicação?”.
-Inteligência artificial:
Um dos tópicos mais debatidos no mundo neste ano é a questão da inteligência artificial e a polêmica relacionada ao uso dessa ferramenta. O debate incluiu os limites éticos da IA, tanto em propagandas quanto na substituição da mão de obra humana. O tema seria inédito na prova. Apenas em 2011 o Enem abordou o tema “Viver em rede no século 21: os limites entre o público e o privado”.
Roberta Panza não descarta temas como segurança pública, evasão escolar e saúde pública. Além disso, ela ressalta que é muito “raro” que o tema da redação do Enem seja algo extremamente atual, ligado às últimas notícias. “A maior probabilidade é que seja um recorte que causou repercussão no primeiro semestre do ano, especialmente no Brasil”, explica.
Peso importante
Motivo de preocupação para os inscritos e única parte discursiva do Enem, a redação tem um peso importante na pontuação final do exame. A nota conseguida nesse item também é usada como critério de desempate em diversos programas de acesso a universidades.
As redações do exame têm como tradição cobrar temas de relevância social, instigando reflexões sobre direitos humanos, problemas socioeconômicos e o modelo capitalista. Vale ressaltar que é raro o assunto cobrado nessa parte da prova ser extremamente atual.
Nas quatro edições anteriores, a banca pediu aos candidatos para escreverem sobre desafios para a valorização de comunidades e povos tradicionais; a garantia de acesso à cidadania para pessoas sem registro civil; o estigma associado às doenças mentais na sociedade; o desafio de reduzir as desigualdades entre as regiões do país; e a democratização do acesso ao cinema no Brasil.
O que levar para fazer a prova:
– Documento de identificação (RG ou outro documento oficial com foto);
– Caneta esferográfica preta em material transparente (ir com pelo menos duas);
– Garrafa de água em material transparente; e
– Lanches leves (frutas, castanhas, sanduíches, sucos etc) também embalados em material transparente.