O perfil de um aplicativo de encontros viralizou na internet após o usuário esbanjar sinceridade em relação ao tamanho de seu pênis. Identificado como “Ativinho”, o rapaz afirma que não é “pauzudo” e tem uma “rolinha modesta”. “Ideal para quem quer dar o c* e não sair traumatizado”, completou (confira aqui o perfil).
Apesar de chamar atenção por ser uma descrição cômica de si mesmo, a bio do Ativinho levantou uma importante questão: a obsessão que existe em torno do tamanho do pênis de um possível parceiro, a ponto de precisar ser citada na biografia de um app de paquera, ou seja, como uma espécie de pré-requisito. De acordo com o terapeuta sexual André Almeida, isso acontece por conta do falocentrismo.
“Nós vivemos em uma sociedade falocêntrica. Ou seja, para a maioria, a identidade do que é ser homem gira em torno do pênis. As características físicas desse órgão não são apenas funcionais, mas também definidoras do valor que o indivíduo do sexo masculino tem frente aos outros”, explica.
Apesar do falocentrismo colocar a “potência” do pênis como o centro de tudo, o que acaba acontecendo é um paradoxo: a sexualidade desses homens tende a ser prejudicada.
O problema começa no momento em que se deposita todo o valor e segurança de um homem em um órgão fisiológico, que pode funcionar ou não, dependendo de diversos fatores psicológicos, ambientais, entre outros.
“É complicado porque no momento da falha do órgão, ele também falha enquanto homem. A maioria dos casos de disfunção erétil e de ejaculação que recebo na clínica estão ligados à ansiedade de desempenho, causa adjacente desse medo de não ser bom o suficiente”, diz.
Sem contar que — seja no sexo vaginal, seja no anal — o tamanho do pênis pouco vai importar para a qualidade da transa se outros fatores não forem priorizados, em vez de quantos centímetros tem um pênis.
No caso do sexo vaginal, é importante ressaltar que a maioria das mulheres nem chegam a ver a penetração como a parte mais prazerosa do sexo, uma vez que o clitóris fica na parte externa da vulva.
Já no sexo anal, apesar de existirem possíveis vantagens em uma “rolinha modesta”, é importante levar outros pontos em consideração. Afinal, sem tomar os cuidados necessários, um pênis menor pode causar muitos mais “traumas” do que um parceiro com pênis grande que respeita o processo do sexo anal.
Para garantir muito prazer e conforto no sexo anal (seja lá qual for o tamanho do pênis), confira algumas dicas:
Sex toys
Sempre bom lembrar que o sexo não se trata apenas de penetração com o pênis. Existem vários sex toys que podem agregar à brincadeira, como os de estímulo clitoriano, usados em casal.
Lubrificante
Apesar da vagina ter lubrificação natural, o lubrificante sempre deixa a relação mais prazerosa. No caso de uma transa com um pênis muito grande, ele também vai facilitar o deslize do órgão, deixando-o mais fácil.
Investir no “lentinho”
A pornografia fez do “sexo britadeira” a preferência de muitos homens. Contudo, além de não ser o mais prazeroso em quase nenhum contexto, em casos de pênis muito grandes a velocidade pode machucar. Logo, o ideal é controlar a velocidade e intensidade, fazendo um sexo mais suave e cheio de conexão.
Posições
Algumas posições favorecem um sexo mais confortável com alguém que têm pênis muito grande, uma vez que dão o controle da situação para quem está sendo penetrado.