Além do arco-íris: desmistificando a fantasia da perfeição na vida real; confira artigo de Maysa Bezerra

Existe uma pesquisa que cita que, suportamos um ao outro durante até 10 meses, após esse período, já começamos a nos incomodar, sermos chatos um para o outro, algumas vezes imaturos e donos da razão. É uma especie de, querer personalizar a pessoa ao nosso mundo.

Arco-íris. Foto: Ilustrativa

Em um mundo onde as redes sociais pintam a vida das pessoas com as cores mais vibrantes, é fácil cair na armadilha de acreditar que a vida é um conto de fadas contínuo. Contudo, é crucial compreender que na vida real, nada é apenas bom. Personalizar indivíduos como se fossem perfis de redes sociais e app de músicas é ignorar a complexidade e as nuances que compõem cada história de vida.

Vou compartilhar uma parábola atemporal, que ilustra esse princípio. Conta-se que um agricultor, ao desenterrar uma enorme batata, deparou-se com uma joia preciosa em seu interior. A notícia se espalhou, e todos na aldeia começaram a cavar freneticamente em busca de tesouros semelhantes. No entanto, nenhum deles encontrou algo além de batatas. A moral da história é clara: após o arco-íris, nem sempre há ouro; muitas vezes, é apenas fantasia. Mas mesmo assim, vale a pena viver a experiência.

Arthur Schopenhauer argumentava que a vida é permeada pela insatisfação constante, enquanto Friedrich Nietzsche destacava a importância de abraçar os altos e baixos como partes intrínsecas da experiência humana. Ao personalizar as pessoas como se fossem feeds de redes sociais, corremos o risco de perder a riqueza das narrativas individuais, com suas vitórias e derrotas.

Ao invés de perpetuar a ilusão de uma vida perfeita, é vital reconhecer que todos enfrentamos desafios, fracassos e momentos de escuridão. Essas experiências, longe de serem falhas, contribuem para a construção de uma narrativa autêntica. Nossa busca pelo “ouro” deve ser uma jornada de autoconhecimento, aceitando as sombras tanto quanto as luzes.

Em última análise, despersonalizar as pessoas das idealizações das redes sociais é um convite para a compaixão e empatia. Ao compreender que cada indivíduo é uma história complexa e multifacetada, podemos construir relações mais significativas e genuínas. A vida real não é uma busca constante por perfeição; é uma jornada cheia de matizes que enriquecem a tapeçaria da existência humana.

Todos os dias faço uma autoanálise e repito em voz alta:

– Maysa, você precisa resistir a tentação de personalizar as pessoas, ao seu mundo.

Digo e repito, tenha clareza do que é inegociável e negociável. Os inegociáveis tem a ver com limites, e limites tem a ver com aquilo que precisa ser protegido. Aquilo que se for violado vai nos violar.

Cuidado com os seus medos. O medo, faz com que a gente personalize a nossa vida e a do outro.

Seja feliz!

Maysa Bezerra 

Coach e escritora

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