Maduro liga para Lula e discute crise com Guiana em torno de Essequibo

Presidente da Venezuela tem defendido a anexação de 70% do território da Guiana ao país vizinho, na região conhecida como Essequibo

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebeu uma ligação do mandatário da Venezuela, Nicolás Maduro, na manhã deste sábado (9/12). Os líderes conversaram sobre a crise em torno da anexação de parte do território da Guiana.

Em comunicado, o governo federal detalhou que petista mencionou a preocupação dos países sul-americanos com o aumento das tensões entre a Venezuela e a Guiana. O presidente Lula tem defendido o aumento do diálogo na América Latina e o predomínio da paz na região.

“O presidente Lula transmitiu a crescente preocupação dos países da América do Sul sobre a questão de Essequibo. Expôs os termos da declaração sobre o assunto aprovada na Cúpula do Mercosul e assinada por Brasil, Uruguai, Paraguai, Argentina, Colômbia, Peru, Equador e Chile”, informou o Palácio do Planalto. O petista também ressaltou que medidas unilaterais podem levar a uma escalada na situação.

Maduro quer diálogo

No início da tarde deste sábado (9/12), o presidente da Venezuela deu a entender que mudou a postura quanto ao tema e falou que a Guiana terá de “sentar e conversar” sobre a região com o governo dele.

“Guiana e [a empresa] ExxonMobil terão de sentar para conversar conosco, o Governo da República Bolivariana da Venezuela. De alma e coração, queremos paz e entendimento. Que o mundo escute, com o Acordo de Genebra, tudo”, escreveu Maduro, no perfil do X.

Mencionada por Maduro, a multinacional ExxonMobil é uma empresa norte-americana que explora petróleo e gás natural no território da Guiana. A companhia tem sede no Texas, nos Estados Unidos.

No fim de setembro, o presidente da Venezuela acusou os EUA de usar a petroleira para exercer o controle sobre Essequibo.

Em 3 de dezembro, o governo venezuelano convocou um referendo, e a maioria dos votantes aprovou a proposta de anexação da região de Essequibo — que corresponde a 70% do território da Guiana.

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