Comitê de crise apresenta relatório do clima e aponta dados preocupantes

Coletiva de imprensa realizada pelo comitê de crise hídrica do Governo de Rondônia

O Governo do Estado de Rondônia, juntamente ao Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam), realizou um encontro com a imprensa por meio do qual, o comitê de crise hídrica realizou uma apresentação acerca da situação hídrica em todo o território rondoniense.

O comandante do Corpo de Bombeiros, coronel Nivaldo Azevedo Ferreira, que lidera o comitê de crise, reafirmou que as chuvas no Estado ainda estão em níveis abaixo do esperado, e o trabalho do grupo continua por tempo indeterminado, a fim de mitigar os efeitos da seca em Rondônia. Ainda segundo coronel Nivaldo, a previsão é de que os rios que cortam o Estado permaneçam com, no máximo, 60% das suas capacidades consideradas normais, mantendo em alerta municípios e Estado.

Em levantamento, o comitê apontou que apenas na região que compreende o município de Machadinho d’ Oeste, foi registrado chuva dentro da normalidade, enquanto o restante do Estado apresentou níveis muito abaixo do esperado. De acordo com a apresentação, as regiões correspondentes aos municípios de Guajará-Mirim e Costa Marques foram os pontos mais severos, ou seja, onde foram registrados os menores índices de chuva. Esses dados refletem as primeiras chuvas do período.

Já no monitoramento relacionado ao período de seca, durante o mês de novembro, o município de Alto Paraíso foi a região de Rondônia que registrou índices mais extremos, com condições de seca consideradas intensas, enquanto boa parte do Estado foi classificada como severa. Regiões como Costa Marques, Guajará-Mirim e o Cone Sul, notadamente Vilhena, as condições de seca foram consideradas moderadas.

SECA ALARMANTE PROVOCADA PELO “EL NIÑO”

O comitê de crise hídrica instalado em Rondônia foi criado com o intuito de mitigar os efeitos da seca em todo o território. Esse evento climático é causado pelo fenômeno “El niño”, cujos efeitos práticos não ficam restritos apenas ao calorão. Ele também gera, ao mesmo tempo, chuvas muito acima da média, porém em região diferente, a qual castiga com seca e altas temperaturas, e por isso há registro de muita chuva no sul do país e seca na região Norte.

Os desdobramentos iniciais do comitê, de acordo com o grupo, estão relacionados à organização e estabelecimento de estratégias para garantir o fornecimento de água à população e ao mesmo tempo monitoramento, aplicação de ações primárias, além da estruturação de “plano B” para momentos mais tensos de seca. O coronel Nivaldo Azevedo relembrou que, o nível d’água no Rio Madeira chegou a 1.1 metro de profundidade, aproximando a uma marca histórica de baixo nível de profundidade.

As perspectivas apontadas por especialistas do clima apontam para o que seria a melhor das hipóteses, que em 2024, o clima se comporte de modo semelhante ao deste ano; contudo há probabilidade de índices mais severos do que os registrados em 2023.

 

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