No embate entre a Igreja Mundial do Poder de Deus e um escritório de advocacia, que processa a instituição devido a uma dívida de R$15 milhões, a Justiça de São Paulo fez mais uma decisão contra a igreja: foi determinado esta semana que a empresa religiosa pague a penhora de R$466,4 mil.
Porém, o valor pedido não foi encontrado nas contas da Igreja Mundial do Poder de Deus, mas sim nas contas de uma outra instituição religiosa denominada “Igreja Mundial Mais que Vencedores”, que tem outro CNPJ, segundo o UOL.
De acordo com a Justiça, nos cultos, os pastores da Igreja Mundial original indicam os dados bancários da nova igreja para a obtenção de doações, justamente para tentar driblar os credores, uma vez que a Igreja Mundial do Poder de Deus, fundada pelo pastor Valdemiro Santiago, é alvo de centenas de ações.
À Justiça, a Igreja Mundial Mais que Vencedores disse que não pode ser responsabilizada pela dívida da Igreja Mundial do Poder de Deus, argumentando que não pertence ao mesmo grupo econômico, por ter um CNPJ diferente, uma outra sede e outros representantes legais.
A Justiça não aceitou a argumentação. Além disso, a Mundial do Poder de Deus tentou evitar a penhora porque a medida causaria “grande impacto para a sua sobrevivência”.
Eles afirmaram ainda que a receita da instituição é composta por doações voluntárias de fiéis e que por isso, de acordo com a legislação, não podem ser penhoradas. A Igreja alega que chegou a oferecer outros bens para a quitação da dívida.
A instituição pediu a suspensão do processo por 180 dias sob a alegação de ainda estar sofrendo com os impactos financeiros da suspensão dos templos durante a pandemia de 2020.
Vale lembrar que a sede da Igreja Mundial do Poder de Deus, em Santo Amaro, em São Paulo, está em leilão para quitação de dívidas desde setembro. No mesmo mês, o representante da instituição, Valdemiro Santiago, convocou 12 mil pessoas para “investirem” na igreja o valor de um salário mínimo e que as demais colaborem com 1 ⁄ 4 do salário.