A temperatura na Terra elevou o calor 2023 a uma média de 1,48ºC acima do registrado nos níveis pré-industriais, na beira do limite de 1,5ºC firmado pelo Acordo de Paris, fazendo com que o ano passado tenha sido o mais quente da história do planeta. O período mais quente, principalmente na Amnazônia e na região Sul, onde fica o Acre, foi entre os meses de julho e dezembro de 2023, bateu todos os recordes mensais de calor.
Os dados foram divulgados nesta terça-feira (9), pelo Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus, instituição da União Europeia, e demonstram que o ano de 2023 foi o mais quente no planeta nos últimos 100 mil anos. O monitoramento registrou várias condições climáticas recordes, com médias globais que ultrapassaram os níveis pré-industriais de 1850-1900, com uma temperatura média de 1,48ºC mais quente.
A pesquisa revela também que cada um dos meses entre mês de junho a dezembro do ano passado foi o mais quente para o perodo na história, com destaque para julho e agosto, os dois meses mais quentes já registrados na história. Dezembro também entra na lista de meses com temperaturas mais elevadas, com registros médios de 13,51ºC — 0,85ºC acima da média de 1991-2020.
O Acordo de Paris, firmado em dezembro de 2015, se comprometeu em manter o aumento da temperatura média global limitado a 1,5ºC acima da era pré-industrial. A realidade, no entanto, não segue a linha do tratado. De acordo com os dados do Serviço de Mudanças Climáticas, é provável que até fevereiro deste ano a temperatura monitorada exceda 1,5ºC acima do nível pré-industrial, situação que coloca o mundo em risco.
“Isto não significa que tenhamos ultrapassado os limites estabelecidos pelo Acordo de Paris (uma vez que se referem a períodos de pelo menos 20 anos em que esta anomalia de temperatura média é ultrapassada), mas abre um precedente terrível”, descreve a pesquisa.
No Brasil, o ano passado foi marcado por inúmeras quebras de recordes de temperatura. Isso fez com que as ondas de calor marcassem a segunda metade de 2023, que chegou a gerar sensação térmica acima de 50ºC no Rio de Janeiro, temperaturas acima dos 37ºC em São Paulo, 36ºC no Distrito Federal e calor extremo também em praticamente todos os estados do país.
O inverno de 2023 foi o mais quente já registrado em 10 capitais brasileiras, incluindo Rio Branco, no Acre, com temperaturas de 0,5°C a 3,4°C maiores do que na primeira década do século. É o que aponta um levantamento a partir de dados das estações do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
O ranking de capitais mais quentes do país é liderado por Cuiabá, no Mato Grosso, que registrou o maior aumento da temperatura média na relação com a primeira década dos anos 2000. A capital de Mato Grosso chegou a 28,8°C, 3,4°C acima da média no período anterior.
No segundo lugar, aparece Manaus, com crescimento de 1,9ºC. A capital do Amazonas, segundo o jornal, foi a que registrou a média mais alta: 30,1°C. Em Rio Branco, a elevação foi de 1,1°C.
Veja abaixo o ranking completo:
Cuiabá (Mato Grosso) – Alta de 3,4 °C
Manaus (Amazonas) – Alta de 1,9°C
Boa Vista (Roraima) – Alta de 1,9°C
São Paulo (São Paulo) – Alta de 1,5°C
Rio de Janeiro (Rio de Janeiro) – Alta de 1,3°C
Rio Branco (Acre) – Alta de 1,1°C
Macapá (Amapá) – Alta de 0,8°C
Belém (Pará) – Alta de 0,7°C
João Pessoa (Paraíba) – Alta de 0,7°C
Maceió (Alagoas) – Alta de 0,3°C