A taxa básica de juros no Brasil (Selic) deve alcançar o patamar 8,5% já em 2024, e não apenas em 2025, conforme projetado inicialmente. A estimativa foi divulgada pela Bradesco Asset Management, que trabalha com um cenário de ciclo contínuo de queda dos juros no país até o fim deste ano.
Na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) em 2023, a Selic foi reduzida em 0,5 ponto percentual, fechando o ano passado em 11,75%. Foi o quarto corte da taxa básica de juros desde agosto. A próxima reunião do colegiado, a primeira de 2024, está marcada para os dias 30 e 31 de janeiro.
A taxa básica de juros é o principal instrumento do BC para controlar a inflação. A Selic é utilizada nas negociações de títulos públicos emitidos pelo Tesouro Nacional no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve de referência para as demais taxas da economia.
Segundo a Bradesco Asset, o Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos Estados Unidos) deve iniciar o ciclo de corte de juros ainda no primeiro semestre de 2024, provavelmente em junho.
No Brasil, os juros devem recuar, paulatinamente, até 8,5%, patamar possivelmente alcançado em novembro deste ano. Até então, a expectativa da Bradesco Asset era que a Selic fechasse 2024 em 9,5% ao ano.
De acordo com a última edição do Relatório Focus, do BC, divulgada no início da semana, o mercado financeiro projeta a Selic em 9% ao fim de 2024 e 8,5% em 2025.
PIB e inflação
Ainda segundo o relatório da Bradesco Asset, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil deve registrar uma alta de 1,7% em 2024, ante 1,5% da projeção anterior. Em 2023, o crescimento da economia brasileira deve ter sido de 2,8%, diz o banco.
Já em relação ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, o Bradesco espera que a taxa fique em 4% em 2024, após terminar o ano passado em 4,62%.