Com a divulgação do edital do Concurso Público Nacional Unificado, popularmente conhecido como CNU, a comunidade de concurseiros já está movimentada, analisando as regras e conteúdos do certame que promete ser uma grande oportunidade em 2024. A pouco menos de quatro meses da prova, professores e candidatos compartilham suas expectativas, análises sobre o edital e dicas para se preparar adequadamente para o Enem dos Concursos.
Para o professor do Gran Cursos e especialista em aprendizagem Eduardo Cambuy, existem três principais inovações trazidas pelo edital. Primeiramente, a estrutura de distribuição de cargos no ato da inscrição, exigindo que os candidatos compreendam como escolher seu cargo e especialidade, considerando o impacto na convocação.
Em segundo lugar, a atribuição de pesos diferentes para cargos e especialidades, tornando a prova uma experiência única para cada candidato. Por fim, alterações nas matérias, com algumas tradicionais sendo excluídas, e a inclusão de novas, como realidade brasileira, políticas públicas, aspectos de diversidade e direitos humanos. “O aluno vai ter que entender e se apropriar de como fazer a escolha do seu cargo e sua especialidade, ele vai ter que estar atento ao nível de preferências porque isso impacta na convocação”, afirmou.
Sobre as vagas mais concorridas, Cambuy aposta em áreas como Analista Técnico de Políticas Sociais (ATPS), Auditor-Fiscal do Trabalho (AFT), e 5, 7 e 8, mencionando critérios como remuneração, quantidade de vagas e complexidade das matérias. “As vagas de maior concorrência são aquelas destinadas ao maior número de postos. Outro critério que pode aumentar a concorrência é a remuneração muito satisfatória, passando por R$ 11 mil e chegando a R$ 22 mil”, expôs. Ao todo, são 6.640 vagas abertas.
O professor também aconselha a priorizar os eixos com maior peso na especialidade escolhida, focando nos conteúdos relacionados nas tabelas que terão maior impacto no número de questões. A análise das vagas e concorrência também é importante na tomada de decisão.
Cambuy enfatiza a organização nos estudos, considerando as matérias e pesos, visando uma preparação eficiente e direcionada para a aprovação. “Ver as tabelas do edital. A sugestão é priorizar os eixos que têm maior peso dentro da especialidade escolhida. Além disso, priorize os conteúdos que estão relacionados nas tabelas que vão impactar mais com o número de questões”, explicou.
O professor acredita que, se bem-sucedido, é provável que o modelo seja adotado em outros concursos, permitindo uma melhor seleção de perfis dentro de uma mesma carreira. “A cópia desse modelo para outros concursos, caso ele dê certo, é praticamente inevitável. Eu consigo direcionar um perfil daquele profissional de acordo com a necessidade, então, é algo bem interessante e que deve, sim, ser copiado”, avaliou.
Já a professora do Estratégia Concursos, Júlia Branco, entende que a seleção oferece a melhor oportunidade em 2024 devido à quantidade de vagas. Ela identifica as vagas para Auditor-Fiscal do Trabalho (Bloco 4) e as do Bloco 8 (nível médio) como as mais visadas, devido à remuneração atrativa e ao número de oportunidades. “Eu vejo esse concurso como uma imensa porta de entrada para o serviço público. Quem souber aproveitar a oportunidade vai terminar o ano com a tranquilidade de nunca mais ser demitido”, observou.
Branco sugere que os candidatos priorizem os temas do eixo com maior peso para o cargo desejado. O estudo de questões e a preparação para as questões discursivas são fundamentais. Ela lamenta a ausência de disciplinas comuns em concursos, como português e raciocínio lógico-matemático, e afirma que o modelo de blocos e eixos pode prejudicar a avaliação específica dos candidatos.
“O aluno deve verificar essas informações sobre os pesos no edital e focar no estudo dos temas daquele eixo que tem maior peso para o cargo dele. É importante que o candidato faça um planejamento de estudos eficiente, 100% focado no edital e na banca examinadora. Também não pode esquecer de incluir na preparação o estudo para discursivas, visto que será uma etapa presente em todos os blocos”, afirmou.
A gestora ambiental de formação, que atualmente não atua na área e dedica seu tempo aos estudos, Bianca Andrade enxerga o CNU como uma excelente oportunidade para ingressar no serviço público, pois deseja a estabilidade e os benefícios dessa carreira. Ela vê o modelo unificado como inovador e equitativo, proporcionando uma competição mais ampla. Além disso, pretende fazer o concurso devido à oportunidade que oferece e incentiva outros concurseiros a considerarem a inscrição. “Acho que cria um ambiente mais amplo e competitivo, o que é legal para avaliar as habilidades de todo mundo de uma maneira mais justa. Caso eu seja selecionada, espero contribuir ativamente para o crescimento e sucesso na Gestão Pública com meu comprometimento, habilidades e experiências”, disse a concurseira.