Certidão diz que detento encontrado morto em presídio teve engasgo e família pede justiça

A família questionou o fato de o Iapen ter alegado a possível causa da morte por infarto, o que não aparece no atestado de óbito

O detento Cristiano Dias da Silva, de 46 anos, foi encontrado morto dentro de uma cela do presídio Manoel Neri da Silva na última semana, em Cruzeiro do Sul. No dia, o Instituto de Administração Penitenciária do Acre (Iapen) chegou a afirmar que o Samu foi acionado e atestou que Cristiano teve uma provável parada cardíaca, resultando no óbito.

Cristiano Dias da Silva, de 46 anos, foi encontrado morto dentro de uma cela do presídio Manoel Neri da Silva/Reprodução

Porém, a certidão de óbito, divulgada neste final de semana, apontou que o preso morreu por asfixia mecânica por broncoaspiração de alimentos, ou seja, engasgo. O documento foi assinado pelo médico Marcelo de Melo Lima.

A família questionou o fato de o Iapen ter alegado a possível causa da morte por infarto, o que não aparece no atestado de óbito. Além disso, familiares dizem que Cristiano sofria de problemas psiquiátricos e que por isso, necessitava de um cuidador. Eles atribuem a morte do detento a uma suposta omissão do presídio.

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“Não tinha ninguém na hora, ele precisaria de um cuidador, e não tinha nenhum profissional. E a gente sabe que lá [no presídio] não tem. E isso nos deixa revoltados, e queremos justiça. A justiça tem que ser feita”, disse uma prima do detento ao portal G1 Acre.

Em uma nota divulgada logo após a morte de Cristiano, o órgão explicou que Cristiano era paciente do Centro de Atendimento Psicossocial (Caps) e estava sozinho na cela. O Iapen afirmou que está cuidando de todo o processo de sepultamento do detento e prestou solidariedade à família.

“No momento, o Iapen cuida de todos os trâmites para velório e enterro. Que neste momento de profunda dor, Deus conforte o coração dos familiares”, finalizou.

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