Levantamento aponta Ratinho como o principal fazendeiro do Acre; ele é acusado de invasão

Ratinho contou que atua junto a uma empresa no estado acreano para venda de crédito de carbono, no entanto ainda não recebeu nenhuma quantia

O site Compre Rural divulgou nesta semana um levantamento dos maiores fazendeiros do país, divididos por regiões. No caso do Acre, o ranking é liderado pelo apresentador do SBT, Ratinho.

Chamando o apresentador de ‘principal fazendeiro do Acre’, o site diz que Ratinho tem duas propriedades no estado: uma delas, com 150.000 hectares, é a maior do Acre e a principal propriedade do apresentador.

O apresentador é dono de duas fazendas no Acre/Reprodução

Já a segunda, possui quase 40.000 hectares, totalizando quase 200.000 hectares de floresta. A matéria informou que Ratinho mencionou que embora não esteja cultivando nada, a área permite a extração de madeira, dentro da legalidade.

O apresentador já havia comentado sobre as propriedades durante uma entrevista em um podcast. Ratinho contou que atua junto a uma empresa no estado acreano para venda de crédito de carbono, no entanto ainda não recebeu nenhuma quantia.

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“No Acre eu me juntei com uma empresa que faz aquele negócio de crédito de carbono, não recebi porra nenhuma até agora, mas eu tenho esperança. A maior fazenda está lá, tem duas, uma de 150 mil hectares e uma de 30 mil”, disse.

Segundo informações, as terras do apresentador estão localizadas em Tarauacá e foram adquiridas junto à Companhia Paranaense de Colonização Agropecuária e Industrial do Acre (Paranacre).

As fazendas ficam às margens da BR-364, numa área de notória tensão indígena e de disputas com posseiros. Ainda de acordo com reportagens sobre as terras, uma delas é vizinha da Terra Indígena (TI) Rio Gregório, habitada por moradores de sete aldeias das etnias Yawanawá, Kaxinawá e Katukina-Pano.

É essa mesma empresa, a Paranacre, é acusada de promover invasão de terras no Acre. Carlos Roberto Massa, o Ratinho, Gabriel Martinez Massa e Rafael Martinez Massa, pai e irmãos de Ratinho Jr, são sócios na Agropastoril RGM Ltda, empresa proprietária do latifúndio Gleba Panacre – Parte B, no município de Tarauacá, no interior do Acre.

A fazenda invade os limites da Terra Indígena (TI) Kaxinawa da Praia do Carapanã, regularizada desde 2001, portanto, os mais de 13 hectares da fazenda sobrepostos à área indígena são ilegais.

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Segundo o site Brasil de Fato, os dados foram levantados e checados pelo observatório “De Olho nos Ruralistas” e constam no dossiê “Os invasores políticos”, divulgado nesta quarta-feira (14).

“Ratinho [pai] comprou as glebas em 2002, após pagar cerca de R$330 mil à Companhia Paranaense de Colonização Agropecuária e Industrial do Acre (Paranacre), empresa apontada como principal promotora de grilagem na região”, diz texto do dossiê.

A fazenda é vizinha da TI Rio Gregório, que engloba sete aldeias dos povos Yawanawa, Kaxinawa e Katukina-Pano.

O dossiê foi elaborado a partir de informações de imóveis rurais cadastrados e certificados pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). As informações relativas a 2021 foram confirmadas uma a uma em comparação com os registros fundiários de 2023, obtidas a partir de três base de dados: Sistema de Gestão Fundiária (Sigef), o Sistema Nacional de Cadastro Rural (SNCR) e o Sistema Nacional de Certificação de Imóveis (SNCI).

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