Em 2015, um novo herói surgiu para todo o Brasil. Daniel Batista, que na época tinha 5 anos, foi exemplo de força, superação e alegria para pessoas ao redor de todo o Brasil, se tornando o “Super Dani”. Na luta contra um Tumor de Wilms, um raro tipo de doença renal, comum na infância, o menino foi motivo de uma rede de solidariedade em todo país, sendo uma mensagem de esperança até hoje, quase 10 anos depois.
2015: A Batalha
“Nós tivemos a péssima notícia de que o ‘Super Dani’, tinha adquirido um câncer muito violento em estágio quase terminal. Foi uma correria, era 30 de novembro de 2014. Então, nós conseguimos, com as bênçãos de Deus, colocar ele no Hospital do Câncer de Barretos no dia 5 de dezembro de 2014, portanto 5 dias depois que nós tivemos a notícia. Foi um 2015 de uma guerra muito grande”.
Quem relembra o início de tudo, é o avô de Dani, Carlos Batista, 61. O senhor fala para o ContilNet, como surpreendentemente, uma corrente de solidariedade e oração começou ao redor do menino Daniel. Pessoas ficando “carequinhas” em empatia à família, famosos como o cantor Sérgio Reis entraram em contato com a família – e, segundo o avô, até hoje existe essa amizade de Sérgio com eles -, uma campanha nacional, presentes, doações, tudo isso mudou a vida de Dani e seus familiares naquele momento desolador.
Vinicíus D’anzicourt, 39, pai de Daniel, relembra que no início, ele teve receio de se expor dessa forma, porém com a força da família e do apóstolo Alexandre, em 2015. Porém, tudo mudou quando, após ele publicar um texto falando da situação e os principais portais de notícia do Acre compartilharem matérias sobre o caso. “Foi um mix de informação e sentimentos”, afirmou o servidor público.
Vinicius conta que a ajuda de todos mudou toda a situação, os tirou de um sentimento de solidão. Não era só a família de Dani, mas o estado inteiro em apoio à criança:
“Uma dimensão bem grande, as pessoas nos ajudarem, todo mundo ficou sabendo. Apesar de ser servidor público, a gente sabe que é difícil levantar dinheiro assim rápido, né? Aquela corrente que foi feita, a quantidade de dinheiro que foi levantada para nos ajudar, aquilo foi benéfico de maneira incalculável”.
A campanha e o apoio ao super-herói
Porém, nem tudo foi flores, já que Vinícius afirma que vários golpes e rifas foram feitas em nome do SuperDani. Algo que levou o pai a se pronunciar nas redes sociais, prevenindo a segurança das pessoas que, por ventura, viessem a cair nesses golpes.
Já Daniel – que a esse ponto, já tinha se tornado a sua versão super heróica -, tinha apenas 5 anos e não compreendia muito a repercussão que tinha ao seu redor. O pai lembra que ele ficou muito feliz, por exemplo, com um vídeo que a família gravou com uma música que ele gostava bastante. Carlos, o avô, mostra vídeos relembrando o quanto eles lutavam pelo bem estar de Daniel.
“Nós tivemos uma triste notícia de que era quase impossível de recuperação dele, mesmo ele tendo melhorado. Voltou todo um desespero, mas em seguida Deus nos deu a resposta do Milagre, os próprios médicos do Hospital do Câncer de Barretos se surpreenderam com uma resposta fantástica do organismo dele em poucos dias”, afirma o avô.
Daniel, ao longo de longos meses em cobertura em todos os jornais do estado, teve sua recuperação assistida e celebrada por uma grande audiência – como um filme de super herói mesmo. Indo até hospitais terminais durante o tratamento, o garoto teve um “milagre de Deus” em sua vida, com o retorno do funcionamento da medula óssea, após uma aplasia – a falência do órgão.
Em 2020, em entrevista à Agência de Notícias do Acre, a família fala como eles não tinham dúvida que tinha sido um milagre. “Chegamos ao ponto de ser desenganados. Essa é uma história muito bonita, uma história de exemplo de história de fé e nós estamos, hoje, em alegria de poder ver ele [Dani] maravilhosamente bem família, alegre, brincando e jovem”, fala o Carlos.
2024: As Vitórias
“Eu perdi o emprego, fiquei desempregado. Eu larguei tudo”, relembra o avô de Daniel, falando como teve que abrir mão de tudo para dar suporte ao neto. Porém, graças às doações e à força do público que apoiou o menino, Carlos conseguiu ter sua vida de volta, pouco a pouco. Segundo ele, o sentimento é de “uma guerra bem cruel que foi vencida”.
O pai de Daniel, Vinícius, lembra que enfrentou diversos problemas com o TFD no retorno. Porém, na volta, muitos problemas psicológicos e até o trauma de um período tão difícil ficou marcado em suas cabeças. Ele e a mãe do SuperDani, porém, a reestruturação e o apoio ao menino sempre se mantiveram como um pilar na relação.
O Super Dani, hoje, estuda, brinca, é agitado. Segundo o pai, pessoas ainda o reconhecem nas ruas, os colegas de escola o chamam pelo apelido de herói. O pai fala que “ele foi um Superman, porque ele não foi um milagre, ele foi diversos milagres, né?”. Mas, para Daniel, o heroísmo, ele tira de letra.
O garoto enfrenta problemas cardiológicos até hoje, por conta do grande número de quimioterapia que ele passou, mas nenhum referente a câncer.
“Ele inspira muitas pessoas quando estão em dificuldades. O que eu digo para quem está nos acompanhando nessa matéria é: Não desista! Se for doença, ore mais ainda. Seja mais forte, simplesmente peço a Deus para aumentar a sua fé, você vai conseguir sair de qualquer obstáculo que você esteja vivendo!” fala o avô de Daniel sobre o processo de cura do seu querido neto.
Vinicius relata que até hoje é muito procurado por pessoas que passaram por situações parecidas com o que seu filho enfrentou. Ele afirma que sempre pede para as pessoas buscarem mais informações e confiar em Deus, pois:
“A gente briga batalha, mas a última palavra é do nosso Deus todo poderoso”.