Filho da ex-deputada Raquel Cândido, política polêmica de RO, é acusado de assassinato no DF

Assassinato ocorreu durante churrasco na casa do acusado; história da ex-deputada é marcada por tragédias e cassação de mandato

Um filho da ex-deputada federal por Rondônia Raquel Cândido, Walfredo Romano Alves Junior, de 52 anos, que está foragido, é acusado de matar um amigo durante um churrasco seguido de bebedeira na cidade de Planaltina, nos arredores de Brasília (DF), no último domingo (4). Hernando Antônio da Silva, de 36, foi morto com um tiro de espingarda calibre 12, à queima roupa, após uma discussão por motivo fútil durante o que deveria ser uma festa e acabpou em tragédia.

A vida de Raquel Cândido também é marcada por tragédias: líder política com vários mandatos de deputado federal, ex-motorista de táxi que sonhava vir a ser governadora do Estado de Rondônia, teve o mandato de deputada federal e os direitos políticos cassados em 1994, e, em 2011, seu marido, Jaime Guedes da Silva, foi morto na chácara onde o casal morava, no Núcleo Rural Córrego do Torto, também no Distrito Federal.

Raquel Cândido foi deputada em Rondônia/Foto: Reprodução

Ex-líder comunitária e ex-servidora da empresa estatal de energia elétrica Eletronorte, Raquel Cândido foi eleita vereadora em Porto Velho de 1983 a 1987. Nas eleições de 1986, ainda no mandato de vereadora, foi eleita deputada pelo PTB de Rondônia. Foi reeleita em 1990 e ficou no mandato até 1994, quando foi cassada por envolvimento no chamado escândalo dos Anões do Orçamento.

Em 1999, em meio a denúncias de grilagem de terras, chegou a ser presa, acusada de tentativa de assassinato. Desde a cassação, fixou moradia em Brasília.

Walfredo Romano Alves Junior, o filho da ex-deputada, ocupava um cargo na administração do Riacho Fundo, cidade satélite de Brasília, por indicação do deputado distrital Hermeto Neto (MDB). Nesta segunda-feira (5), ao ser informado de que seu indicado havia matado um homem, o parlamentar afirmou que o suspeito “sempre foi um cara bacana”, mas que, após o crime, já teve o pedido de exoneração feito. “Álcool e arma de fogo. Essa mistura é terrível”, declarou o distrital ao site Metrópoles, do Distrito Federal.

O crime ocorreu na QR 6 do Arapoanga. Testemunhas informaram que Hernando Silva morava na região havia pouco tempo. Ele participava de um churrasco na casa do autor, acompanhado da namorada. Walfredo Junior estaria assando carne quando começou a discutir com Hernando sobre lotes no Araponga.

Walfredo Romano Alves Junior, filho da ex-deputada/Foto: Reprodução

Hernando dizia que a mãe dele tinha um lote e que o terreno era bom. Walfredo também afirmava que “fulano tinha um lote lá e que também era bom” e a discussão acabou se acirrando, revelaram testemunhas. A terá era para saber quem tinha o melhor lote na região e o assunto também descambou sobre o cenário da política local.

Durante a discussão, os dois ficaram em pé, momento em que Hernando teria pedido para ir embora. O autor entrou em casa e voltou vestindo uma jaqueta preta e com uma arma, calibre 12. Ele apontou a espingarda para a vítima e fez ameaças.

“Você quer ser mais homem que eu? Você não é mais homem que eu”.

Em resposta, Hernando abriu os braços e disse: “Se você quer me matar, atira!”. O autor, então, encostou o cano da arma no peito de Hernando e desferiu o disparo. A vítima morreu na hora.

Hernando Silva/Foto: Reprodução

Ao fugir, o atirador teria repetido, por diversas vezes, “que merda que eu fiz”. Walfredo pegou a arma, entrou em seu carro – um Kia Sportage, cor branca – e abandonou o local. O carro foi encontrado horas depois, estacionado no comércio da Entrequadra 306/307 da Asa Norte.

Raquel Cândido, uma ex-líder comunitária que sobrevivia dirigindo um táxi pelas ruas de Porto Velho, era filiada ao MDB foi e para o PMDB com a volta ao pluripartidarismo no governo João Figueiredo e foi eleita vereadora de Porto Velho em 1982, quando migrou para o extinto PFL após a Nova República. Em 1986 foi eleita deputada federal e atuou como parlamentar na Assembleia Nacional Constituinte. Em 1991 foi reeleita deputada e permaneceu no mandato até ser cassada, em 1994.

Em 2011, a própria Raquel Cândido encontrou o corpo do marido Jaime na sala, com perfurações e ferimentos na cabeça.

Segundo a polícia do Distrito Federal na época, o crime foi cometido com uma faca da própria residência, cujo autor seria o caseiro da chácara em que vivia a família O caseiro, na época, foi identificado pelo apelido de Galego. Ele morava no local e não foi encontrado depois do assassinato.

O filho da ex-deputada continua sendo procurzdo pela Polícia pelo assassinato. As suspeitas são de que ele estaria escondido em Rondônia.

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