Robô psicólogo? Veja mitos e verdades sobre o uso da IA na saúde mental

Ferramentas de inteligência artificial prometem auxiliar usuários a lidar com problemas e emoções, mas não substituem um psicólogo; entenda o que são robôs terapeutas

Chatbots com inteligência artificial (IA) já são comumente utilizados em tarefas no trabalho ou nos estudos, mas poucos sabem que eles também podem ajudar a cuidar da saúde mental. Ferramentas como Elomia, Pi e Woebot são programadas a partir de técnicas de terapia e oferecem suporte aos usuários que buscam ajuda para lidar com emergências emocionais ou dias ruins. Vale lembrar, contudo, que esse tipo de serviço não substitui o atendimento dos especialistas da área, nem deve ser utilizado como tratamento, principalmente em casos graves.

Robôs de IA, mesmo os programados a partir de preceitos da psicologia, ainda não conseguem reproduzir a empatia humana e podem acabar alucinando ou gerando respostas preconceituosas. Logo, é preciso saber dos pontos negativos ao usar a tecnologia. A seguir, confira perguntas e respostas sobre o chatbots de terapia e entenda se o serviço realmente funciona.

Chatbots de terapia estão em ascensão, mas geram dúvidas sobre os limites técnicos e éticos da IA — Foto: Reprodução/Adobe Stock

Chatbots de terapia estão em ascensão, mas geram dúvidas sobre os limites técnicos e éticos da IA — Foto: Reprodução/Adobe Stock

1. O que são os chatbots de terapia?

Pi é um dos chatbots de terapia disponíveis na web e promete ajudar usuários a se acalmarem — Foto: Reprodução/Júlia Silveira
Pi é um dos chatbots de terapia disponíveis na web e promete ajudar usuários a se acalmarem — Foto: Reprodução/Júlia Silveira

Chatbots de terapia são ferramentas de inteligência artificial projetadas para oferecer suporte emocional por meio de interações. De forma resumida, o sistema busca simular uma conversa terapêutica para auxiliar em questões de saúde mental. É possível realizar triagens iniciais, oferecer aconselhamentos, monitorar o progresso dos usuários, fornecer lembretes de autocuidado e dar acesso rápido a recursos terapêuticos.

No entanto, os robôs não substituem a orientação e o acompanhamento qualificado oferecidos pelos profissionais da área. A tecnologia pode se tornar uma ferramenta complementar, mas ainda é insuficiente para quem busca tratamento ou lida com problemas graves de saúde mental.

2. O serviço dos robôs psicólogos realmente funciona?

Ferramentas de IA podem ser ferramentas úteis de autoconhecimento, mas não substituem profissionais de saúde mental — Foto: Reprodução/Freepik
Ferramentas de IA podem ser ferramentas úteis de autoconhecimento, mas não substituem profissionais de saúde mental — Foto: Reprodução/Freepik

Os chatbots psicólogos oferecem benefícios complementares, proporcionando suporte emocional e informações úteis. Muitos desses modelos são baseados em técnicas terapêuticas, como a terapia cognitivo-comportamental (TCC), por exemplo. A tecnologia é mais eficaz em problemas mais leves e proporciona um ambiente seguro para expressar sentimentos, fornecer informações educativas e ensinar técnicas de relaxamento. No entanto, as IAs não têm a capacidade de compreensão emocional profunda ou o julgamento clínico que os profissionais de saúde mental oferecem.

3. A IA pode ser usada para tratar problemas graves de saúde mental?

Somente profissionais humanos são capazes de oferecer tratamento adequado em casos graves de saúde mental — Foto: Reprodução/Canva
Somente profissionais humanos são capazes de oferecer tratamento adequado em casos graves de saúde mental — Foto: Reprodução/Canva

Para problemas de saúde mental mais complexos, é fundamental buscar a orientação de um especialista humano qualificado, como um psicólogo ou psiquiatra. Os profissionais da área têm a formação necessária para avaliar, diagnosticar e fornecer tratamentos personalizados para cada caso.

Os chatbots de terapia podem ser úteis como complemento para suporte emocional leve, mas não devem substituir a assistência especializada quando se trata de dificuldades ou problemas mais sérios. Se precisar de ajuda, busque a orientação de profissionais de saúde mental.

4. Quais são os problemas associados ao uso de chatbots como terapeutas?

Falta de empatia, diagnósticos errados e até vazamento de dados e informações pessoais são alguns dos riscos dos chatbots psicólogos — Foto: Reprodução/Canva
Falta de empatia, diagnósticos errados e até vazamento de dados e informações pessoais são alguns dos riscos dos chatbots psicólogos — Foto: Reprodução/Canva

Embora as ferramentas de inteligência artificial possam oferecer informações úteis e suporte emocional, elas ainda são limitadas em sua capacidade de simular a empatia e compreensão humanas. Além disso, o uso terapêutico dessa tecnologia pode trazer diagnósticos incorretos e acabar reforçando preconceitos e estigmas relacionados à saúde mental. Os usuários devem se preocupar com as políticas de privacidade e segurança de dados das plataformas, evitando vazamento de conteúdo sensível ou informações pessoais.

Os chatbots podem até ser úteis como ferramentas complementares de apoio, reflexão e autoconhecimento, mas é importante atentar para as limitações técnicas e éticas desses serviços. Como a terapia é um processo subjetivo e personalizado, robôs, por mais inteligentes que sejam, são incapazes de atender os usuários de forma abrangente, sensível e precisa.

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