Após fala de Lula, policiais repudiam suposta facilitação para fuga de acreanos em presídio

As declarações foram do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante entrevista coletiva na Etiópia

“Totalmente irresponsáveis”, é o que diz a Federação Nacional dos Policiais Penais Federais (Fenappf), em nota, sobre as declarações que sugerem ter havido corrupção entre agentes de segurança no episódio de fuga dos acreanos da Penitenciária Federal de Mossoró, na madrugada da última quarta-feira (14).

As declarações foram do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante entrevista coletiva na Etiópia. O presidente disse que “parece que teve conivência de alguém do sistema lá dentro”.

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Penitenciária Federal de Mossoró, de segurança máxima, de onde fugiram dois detentos/Foto: Reprodução/Senappen

Os policiais penais federais disse que, caso as investigações apontarem para uma má conduta por parte de algum servidor, “cortarão a própria carne sem qualquer corporativismo”. Segundo a federação, os fugitivos não receberam “apoio externo” na escapada do presídio e a investigação aponta que os criminosos teriam aproveitado uma “oportunidade”.

“Este mesmo profissional que labuta em tantas frentes com êxito de forma anônima ganhou a mídia e ficou conhecido somente no momento em que ocorre uma falha e está sendo acusado direta ou indiretamente de corrupção por algumas pessoas públicas e formadoras de opinião de forma totalmente irresponsável, pois as investigações ainda estão em curso e é muito cedo para chegar a esta conclusão”, diz a nota.

“Findadas as apurações, se tiver algum policial penal federal envolvido cortaremos a própria carne sem qualquer corporativismo, pois o nosso maior orgulho sempre foram os números estatísticos de zero fuga, zero rebelião, zero celular”, continua o texto.

A entidade que representa os agentes de segurança ainda reclama de “precariedades estruturais” e diz que, apesar da fuga registrada em Mossoró, as penitenciárias federais “continuam seguras e cumprindo o seu devido papel”. “Este episódio não pode se transformar em caça às bruxas para servir de exemplo, pois é uma questão de justiça”, conclui a nota.

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