Nas últimas semanas foram registradas várias denúncias de mortes de bebês prematuros na principal maternidade pública de Rio Branco que gerou revolta por parte de setores da sociedade.
Segundo a gerente geral da Maternidade e Hospital da Criança, Rossana Oliveira, a maioria dos casos de morte registrada é decorrente da falta de acompanhamento de pré-natal, mães que utilizam bebida alcoólica, drogas entre outros problemas que afetam a gestação.
De acordo com Rossana, muitas das mortes ocorrem devido à falta da atenção primária com relação ao acompanhamento do pré-natal.
A direção da maternidade também destaca que a maioria das mortes de recém-nascidos é causada por diversos fatores e não somente pelo atendimento realizado pela equipe médica.
“Muitas vezes as mulheres não realizam o acompanhamento e não seguem as orientações médicas para que se tenha uma gestão assistida. A maternidade atende todos os pacientes que chegam, mas muitas vezes as grávidas chegam aqui com o bebê já morto no útero e infelizmente a maternidade tem que registrar o óbito. Mas isso não quer dizer que é culpa ou morreu por falta de atendimento. Nossa equipe é preparada, temos profissionais se capacitando em cursos corriqueiramente em outros estados. Algumas mortes são decorrentes de outros fatores e não pelo atendimento”, explica Rossana.
Para o médico Edvaldo Amorim, 80% das mortes de bebês prematuros não se tem explicação pelo fato de ocorrerem por vários fatores fora do controle da medicina no momento do parto, e que nenhuma unidade, por mais que conte com os equipamentos mais modernos, garante a sobrevivência do recém-nascido.
“A estatística diz que morre criança na formação, nos primeiros meses na barriga, outros ao nascer. As crianças morrem também não por falta de pré-natal, acompanhamento, morrem pela situação natural da vida. Existe um pensamento equivocado que a mulher engravidou e o filho tem que nascer vivo”, disse Amorim.
A maternidade hoje, de acordo com informações obtidas da gerente geral, atende em média de 200 a 300 gestantes todos os dias. Mas, mesmo com a intensa procura, os atendimentos estão sendo realizados, afirma Rossana.
“Contamos com duas Unidades de Terapia Intensiva (UTI), sendo uma neonatal e outra pediátrica para garantir os atendimentos e procedimentos necessários para garantir a vida dos bebês”, destacou gerente.
Programa Rede Cegonha
A maternidade de Rio Branco trabalha também com o programa chamado de “Rede Cegonha” que capta recursos garantindo melhor atendimento às gestantes e aos bebês.
A gerente informa ainda que o trabalho de humanização e dialogo com os seguimentos são debatidos no Fórum Perinatal que reúne as equipes da maternidade, unidades de saúde de Rio Branco e municípios do interior, hospital Santa Juliana e demais instituições parceiras; ajudando nas discussões para o melhoramento dos atendimentos da mulher e da criança.