19 de abril de 2024

Veja vídeo do 1º transplante intervivos do ano; Acre ocupa 4º lugar em lista nacional

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A ligação da artéria ao rim, com o bombeamento do sangue, fez o órgão perder o aspecto branco para o vermelho que lhe restituiu a vida. A perfeita sintonia no manuseio de linhas, agulhas e bisturis para fazer o “filtro sanguíneo” funcionar representava o fim da peregrinação de Josenildo Borges Fortes, 38 anos, dois dos quais em sessões de hemodiálise.

Pelo menos três vezes por semana, em sessões que chegavam a durar até quatro horas, o paciente precisava ir da zona rural até a máquina para fazer o que o rim não conseguia. Após 1h40 de uma cirurgia complexa, ele recebia em seu corpo um novo rim, tirado do irmão Juscelino Borges, 30.

Veja o vídeo da cirurgia

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Menos de dois metros separavam a mesa de cirurgia dos irmãos no Hospital das Clínicas (HC) do Acre, que desde 2007 vem se tornando referência nacional em transplante de órgãos. Contilnet Notícias acompanhou o primeiro transplante de rim intervivos de 2015 no Estado. De simples “exportador” de órgãos, o Acre passou a recebê-los para realizar os procedimentos sem a necessidade do paciente ir a  centros médicos mais avançados.

Por estar inserido no Sistema Nacional de Transplantes (SNT), o Acre reduziu a quantidade de doações entre pessoas vivas. Agora, o número de transplantes feitos a partir de doadores que vieram a óbito é bem maior. A decisão de retirar um rim nem sempre é a das mais fáceis.

“Eu estava vendo o meu irmão naquele sofrimento há dois anos, enfrentando muitas dificuldades de saúde. Ele tinha que sair de casa durante a madrugada para fazer hemodiálise. Então, decidi doar meu rim. Espero que tudo fique perfeito”, diz Juscelino. Os irmãos moram no quilômetro 14 da Estrada Transacreana.

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Por conta do problema renal, Josenildo foi aposentado pelo INSS. Quando da visita da reportagem, ainda na enfermaria, dormia sob efeito de remédios. Até a realização da cirurgia foi um ano de muitos exames e consultas para saber se o organismo do receptor iria sofrer alguma rejeição.

A condição saudável do rim de Juscelino agradou ao cirurgião-geral Thadeu Moura, que há oito anos vem liderando a equipe de transplantes no Hospital das Clínicas.

“Está muito bom”, diz Moura quando o rim tirado do doador é colocado em uma bacia com soro à sua frente. E faz os últimos preparos para colocar no corpo de Josenildo, que deixará para trás as sessões de hemodiálise.

Desde 2007, o HC já realizou 67 transplantes de rins. “Um paciente no tratamento da hemodiálise tem um custo anual de pelo menos R$ 300 mil. Quando vai para o transplante há um custo bem menor. O mais importante é restabelecer a qualidade de vida”, afirma Moura.
Veja o vídeo da cirurgia:

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Em 2014, o Acre figurou como o primeiro do Norte a realizar transplantes de fígado. Desde então, já foram oito procedimentos com o órgão, além de mais de 150 com córneas. Os números fazem o Estado ocupar boas posições no ranking elaborado pela Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO).

Segundo o estudo, no primeiro trimestre de 2015, o Acre ficou em quarto lugar na quantidade de transplantes realizados no país, levando em conta os procedimentos por milhão de habitantes. Ao todo foram 32,7 transplantes de rins por milhão de habitantes, e, na mesma escala, 16,3 de fígado.

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