19 de abril de 2024

Com 72 kg, maior onça-pintada em área de várzea da Amazônia é encontrada no AM

Com seis anos de vida e pesando 72 kg, pesquisadores do Instituto Mamirauá encontraram a maior onça-pintada já vista em florestas de várzea da Amazônia. O animal foi encontrado na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, no Amazonas, e surpreendeu especialistas. Uma armadilha fotográfica montada na floresta registrou momentos do felino.

Onça-pintada pesa 72 kg (Foto: Divulgação/Instituto Mamirauá)

A onça foi encontrada em uma área de várzea, regiões comuns no Amazonas, localizadas ao longo dos rios e que são periodicamente inundadas conforme o regime hidrológico.

“Essa é a maior onça que nós capturamos em quase dez anos de pesquisas com esses animais na Reserva Mamirauá. Ela tem cerca de 11 quilos a mais que o macho mais pesado que registramos até hoje”, conta o pesquisador Emiliano Esterci Ramalho.

“Galego”, como foi batizado pelo grupo de cientistas, foi capturado em uma das armadilhas de laço instaladas em trilhas da floresta. Ele teve a saúde analisada por veterinários e recebeu um colar de telemetria, usado para monitorar, via satélite, as onças-pintadas.

Outros sete machos de onça-pintada são atualmente monitorados pelo Grupo de Pesquisa “Ecologia e Conservação de Felinos na Amazônia” do Instituto Mamirauá. Galego tem 17 kg acima da média de peso dos machos.
Segundo o Instituto, o felino também se diferencia em outro aspecto, que adiciona mais mistério a sua ocorrência nas florestas alagadas da Amazônia: em seu corpo foram identificadas cinco larvas de um tipo de mosca raramente visto na várzea.

“O acompanhamento do Galego será muito interessante para sabermos qual é o limite de tamanho de uma onça-pintada que é energeticamente viável para a várzea”, afirma.

Preservação da espécie
As pesquisas com onças-pintadas desenvolvidas pelo Instituto Mamirauá têm por objetivo entender a ecologia da onça-pintada nas florestas de várzea da Amazônia. Com os resultados, é possível subsidiar ações efetivas de conservação da espécie e melhorar a qualidade de vida das pessoas que convivem com os felinos.

Em quase uma década de atuação, as pesquisas já descobriram que as florestas de várzea da Amazônia têm altas densidades de onças-pintadas com mais de 10 onças a cada 100 Km².

Outra descoberta é a de que as onças-pintadas que vivem nas florestas de várzea da Reserva Mamirauá exibem um comportamento único entre os grandes felinos. Durante a inundação, elas vivem cerca de quatro meses em cima de árvores, onde criam os filhotes e se alimentam nadando de uma árvore para a outra para procurar presas.

A pesquisa é desenvolvida pelo Instituto Mamirauá, com financiamento do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) e da Fundação Gordon and Betty Moore.

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