A Operação Democracia, deflagrada pela Polícia Federal na manhã desta sexta-feira (19), mostra que um grupo criminoso chefiado pelo diretor-presidente do Instituto de Terras do Acre (Iteracre), Glenilson Figueiredo, o Nil, desviava recursos e combustível da instituição para serem utilizados na campanha eleitoral deste ano. Nil, que está preso preventivamente na sede da PF, foi candidato a deputado estadual pelo PT.
Em coletiva, a Polícia Federal revelou que realizou interceptações telefônicas autorizadas pelo Poder Judiciário, que mostram que pessoas ligadas a Nil, inclusive, servidores públicos do próprio Iteracre, estão envolvidos no escândalo. Um deles é o servidor público André Vinicius, principal cabo eleitoral de Nil.
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De acordo com o delegado Eduardo Maneta, o grupo era bem organizado. “Nós constatamos que o gasto de combustível do Iteracre, somente no mês de setembro, foi superior ao gasto em todo o ano de 2017, o que comprova os indícios que nós tínhamos de que o combustível estava sendo desviado para a campanha”, revelou Maneta.
LIGAÇÕES INTERCEPTADAS COMPROVAM CRIME
Segundo a PF, antes da eleição os investigadores conseguiram flagrar a compra de votos. Um dia antes da eleição, os investigadores interceptaram uma ligação, onde uma das servidoras do instituto alerta que é preciso retirar a gasolina da casa da mãe dela, para evitar uma possível ação da polícia.
Em outra ligação Nil é avisado sobre a compra de voto e comemora: “Não posso perder a eleição”.
Mais de cem policiais participaram da operação, inclusive alguns de fora do estado. Foram cumpridos 8 mandados de prisão, 22 mandados de busca e apreensão e 4 mandados de condução coercitiva de testemunhas, expedidos pela Justiça Eleitoral do Acre.
As interceptações telefônicas foram divulgadas pela Polícia Federal, ouça:
Áudio com Nil negociando votos comprados
Áudio comprova trocas de votos por gasolina no interior