Vereador de Plácido de Castro era ‘cabeça’ de grupo criminoso que vendia carne clandestina

Na manhã desta terça-feira (13) a Polícia Federal (PF) deflagou a Operação Sangue Amargo contra organização criminosa que comercializava carne clandestina em Plácido de Castro, interior do Acre. Foram cumpridos 26 mandados judiciais sendo oito de prisão preventiva, oito de bloqueios de bens e dez de busca e apreensão em , açougues, fazendas e frigoríficos. Dentre os presos estão dois vereadores, um advogado e um servidor do Instituto de Defesa Agropecuária (Idaf) em Plácido de Castro.

Em coletiva de imprensa, a Polícia Federal explicou que o grupo criminoso agia de diversas formas e funcionava em cadeia tendo dois vereadores envolvidos de forma direta, um deles inclusive sendo o cabeça do grupo e usavam o cargo para facilitar a emissão de documentação para que os crimes fossem praticados.

Operação Sangue Amargo/Foto: divulgação PF

Os alvos da Operação Sangue Amargo que envolveu cerca de 160 policiais são Denys Ferreira de Oliveira, José Ribeiro de Melo (Zé Boçal), Samuel Pereira de Souza, Julio Cesar Klaczik, Leandro Barroso da Silva, Jair Feitosa Bezerra, Francisco de Oliveira Ribeiro e um outro homem, identificado apenas como Gerson.

Os presos vão responder por associação criminosa, furto qualificado, estelionato e corrupção ativa. O delegado da PF, Fares Feghali, responsável pela operação, disse que a organização criminosa atuava há pelo menos três anos. “A organização era bem sofisticada, utilizava falsificação ideológica, pagava propina a servidores públicos, realizava vigilância dos órgão fiscalizadores para saber quando eles estariam atuando, então era uma estrutura organizada que atuava há muito tempo”.

Quanto aos vereadores, o delegado explicou que eles atuavam também na compra e venda de gado e que a própria prefeitura de Plácido de Castro foi vítima da ação dos criminosos tendo adquirido a mercadoria que foi servida em escolas públicas daquele município. “Parte desta carne foi destinada a escolas públicas por meio de licitação e outra era revendida em açougue e frigoríficos”.

As carnes comercializadas eram fruto de gados furtados ou de procedência duvidosa já que não eram submetidos às regras da vigilância sanitária, ou seja, não passavam por fiscalizações.  Segundo a Polícia Federal, apesar de o núcleo da organização criminosa estar situado em Plácido de Castro, não há como saber se a carne clandestina saiu daquele município e foi comercializada em outras cidades acreanas e até mesmo fora do estado.

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