Expectativas para o poker acreano em 2020
Matheus Lustosa. Foto: Arquivo Pessoal
O Acre é um dos menores estados no Brasil, com 881 mil habitantes, superando apenas Amapá e Roraima. No entanto, quando o assunto é poker, o estado da região norte não deixa de se destacar no cenário nacional – e até internacional, seja em torneios presenciais ou online. As perspectivas para 2020 são positivas.
Nomes como Matheus Lustosa, Luiz Tchê e Frank Escurra estão entre os principais jogadores acreanos, tendo sido os principais ranqueados no Vegas Acre Poker Tour (VAPT), principal torneio acreano, no ano passado. Lustosa também teve resultados consistentes no circuito do BSOP, o maior do Brasil e da América Latina.
Uma das provas do crescimento do esporte no estado do Acre é o impacto do poker na economia local. Com uma movimentação financeira de mais de R$ 450 mil no Vegas Acre Poker Tour de 2019, a expectativa é de que o torneio mantenha a consistência em premiações para o que o esporte cresça ainda mais.
Cada uma das 12 etapas teve uma premiação média de R$ 30 mil. Já no High Roller, essa cifra subiu para R$ 40 mil. Ao longo do ano, foram cerca de 600 participantes – uma porcentagem alta quando considerada a população do estado. O Tour também foi classificatório para o BSOP, incluindo despesas de viagem.
Além dos torneios presenciais, jogadores acreanos também ganham consistência no mundo virtual. Afinal, o poker online também é para iniciantes e muitos jogadores que iniciam as trajetórias nos sites profissionais demoram um tempo até começar a gerar resultados positivos em competições como o Vegas Acre Poker Tour
Tradição nacional
O estado tenta repetir as glórias de um passado recente, já que tem tradição no Campeonato Brasileiro de Equipes (CBPH), organizado anualmente pela Confederação Brasileira de Texas Hold’em (CBTH). O Acre foi campeão do torneio em 2015, juntamente com Rondônia (os dois estados disputam a competição como uma só seleção).
Na ocasião, a equipe formada por Kennedy Coutinho, Marciano Vannucchi, Fernanda Filiputti, Tiago Magalhães, Caio Hey, Maicen Teixeira e Valder Bessa, este representante do estado acreano, superou Sergipe e ficou com o título inédito. A competição foi disputada em Brasília (DF). Foi o segundo título seguido do Norte do país, confirmando a relevância da região no esporte. Em 2014, a seleção do Amazonas foi a grande campeã.
O Norte tem um dos principais jogadores do Brasil atualmente. Caio Hey, de Porto Velho, capital de Rondônia, é o oitavo colocado entre os brasileiros no Global Poker Index, um dos principais rankings mundiais da modalidade. Ele também é o atual capitão da seleção Acre/Rondônia, que disputou o nacional de 2019 com Evandro Dal Prá, Maicen Teixeira, Marciano Vannucchi, Ueliton Castro, Richard Magalhães e Paula Hey.
Caio Hey. Foto: Arquivo Pessoal
Caio Hey representou o país no World Series of Poker, em Las Vegas, além de torneios no Canadá, Argentina, Bahamas e Espanha, se tornando rapidamente o jogador da Região Norte com resultados mais consistentes no poker nacional e internacional.
Poker cresce no Brasil
Não é só o Acre que tem boas expectativas para o esporte da mente mais popular do mundo. No Brasil todo, o poker cresce cada vez mais. O número de jogadores estimados já ultrapassa 8 milhões, e o Brasil forma campeões. No WSOP já foram seis que levaram o bracelete para casa: Alexandre Gomes (2008), André Akkari (2011), Thiago Daceno (2015), Roberly Felício (2018), Murilo Souza (2019) e Yuri Dzivielevski (2019). No circuito europeu, já são mais de 25 títulos.
No ano passado, foram 23 títulos para o Brasil na World Championship of Online Poker (WCOOP), que é considerada a Copa do Mundo do Poker Online. O país ficou atrás apenas de Rússia e Reino Unido, que empataram na liderança, e teve atletas que superaram a marca de 1 milhão de dólares em premiação – feito que jamais havia ocorrido com brasileiros no esporte. Em 2018, o Brasil liderou o ranking, com os mesmos 23 títulos.