Com lágrimas nos olhos e voz embargada, o produtor Carlos Rivas relata o brutal assassinato que foi submetida parte de sua família. Mataram sua esposa, dois filhos, estupraram sua filha menor de idade e queimaram sua casa, para depois fugir. Relata que todos os envolvidos nos crimes eram brasileiros.
O caso aconteceu no domingo passado, dia 13 de setembro, na Comunidade Nazaré, localizada no município de Ingavi, província de Abunã, no departamento de Pando. Esta comunidade fica localizada a 14 horas de Puerto Evo, baixando pelo rio ‘Abunã de Peque Peque’, na cercania do Igarapé Preto.
Dois empregados que estariam trabalhando para Carlos, consertando uma embarcação e aproveitando que no dia 12, os pais saíram para pescar e foi quando um dos indivíduos abusou da menina menor de idade.
No domingo, 13 de setembro, a menor contou à mãe o ocorrido e, preocupada com o ocorrido, informou ao marido que sua filha havia sido estuprada por um dos suspeitos brasileiros.
Após saber do acontecido, o pai imediatamente cruza a fronteira do Brasil, para denunciar os indivíduos após chegar na cidade de Acrelândia. Após a denuncia do caso, solicitou que o acompanhasse até a propriedade, mas a Polícia Militar não pode ir, dizendo que não poderiam ingressar no território boliviano.
Ao retornar, foi avisado por um de seus vizinhos que tivesse cuidado, por havia passado três motos e seis pessoas fortemente armados com espingardas e rifles rumo à sua casa. Ao chegar na sua embarcação no rio Abunã, conta que os mesmos teriam levado seu barco e nesse instante, escutou vários disparos.
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Desesperado, conta que andou cerca de uma hora pelas margens do rio acima e foi quando encontrou outros vizinhos em um barco, transportando sua filha que foi estuprada e depois ferida com um tiro de escopeta. Ela teria desmaiado e acreditaram que estava morta, fato esse que salvou sua vida.
Os outros suspeitos teriam continuado a assassinar outros dois filhos e sua esposa, sendo deixados debaixo de uma árvore sem vida. Não satisfeitos, queimaram a casa, roubaram dinheiro da família e depois fugiram.
Na cidade de Acrelândia, no lado brasileiro, a polícia localizou a casa de um dos assassinos que foi detido e encontrou parte dos pertences da família assassinada. Até o momento, quatro pessoas foram detidas e dois estão foragidos.
O pai chegou na cidade de Cobija e conseguiu com apoio dos vizinhos, dar um enterro para sua família. Denunciam que esse não seria a primeira vez que acontece na localidade. Existem muitos brasileiros que invadem o lado boliviano para levar madeira, palmito, castanha, açaí e nada fazem.
Seu Carlos está em Cobija buscando justiça através das autoridades locais pelo assassinato de sua família e não quer que fique impune como muitos que já ocorreram. Solicitou que a extradição dos assassinos para que cumpram suas penas no presídio de Chonchocoro em La Paz e pede apoio dos meios de comunicação, dos Direitos Humanos e a Defensoria da Criança e Adolescente, pois violaram uma criança.