A gigante japonesa Sony, uma das maiores fabricantes de eletrônicos do mundo, fechará a sua fábrica em no Brasil, localizada em Manaus. Em comunicado, a empresa afirmou que as operações fabris serão totalmente encerradas em 2021.
A companhia afirma que a partir do ano que vem a venda de televisões, equipamentos de áudio e câmeras fotográficas serão interrompidas e somente o PlayStation continuará a ser vendido no país. Outros braços da empresa, como a Sony Pictures e a Sony Music não deixarão de funcionar. “Nós decidimos fechar a fábrica em Manaus ao final de março de 2021 e interromper, em meados de 2021, as vendas de produtos de consumo pela Sony Brasil, tais como TV, áudio e câmeras, considerando o ambiente recente de mercado e a tendência esperada para os negócios”, afirmou a empresa em nota enviada à EXAME. A empresa não respondeu se os preços dos produtos remanescentes serão alterados com o fechamento da fábrica.
Na tarde desta segunda-feira, 14, começou a circular entre os varejistas uma carta assinada pelo gerente de operações sênior da Sony no Brasil, na qual ele afirmou que a operação local “vai continuar a fornecer serviços de suporte técnico e garantia dos produtos comercializados”.
O PlayStation 5 deve começar a ser vendido no final deste ano e o evento oficial do produto acontecerá nesta quarta-feira, 16. O videogame da Sony é o preferido dos usuários no mundo, com uma fatia de 64,22% da população, enquanto o Xbox representa 35,77% e o Nintendo Switch apenas 0,01%, segundo o site irlandês StatCounter. Mesmo assim, a empresa cortou a estimativa de produção do novo console em 4 milhões — serão produzidos 11 milhões do videogame por problemas encontrados no chip.
O mercado das TVs no Brasil (e no mundo), por exemplo, é dominado pela sul-coreana Samsung, líder de mercado global há 14 anos, segundo a IHS Markit. Um dos pontos que pode ter levado a Sony a deixar o Brasil é exatamente esse: enquanto as marcas chinesas e coreanas produzem em larga escala, a companhia japonesa não conseguiu acompanhar o ritmo frenético. Em um mercado de televisores como o brasileiro, a saída da Sony é um prato cheio para outras fabricantes, como a própria Samsung, a LG, a Roku e a novata TLC.
A Sony não é a primeira empresa a deixar o Brasil, e também não deve ser a última. Outras empresas de segmentos variados já encerraram suas atividades no país, como a Nikon em 2018, a Gradiente, Philips, e Sharp. No setor de câmeras fotográficas no Brasil só sobrou a Canon.
O lucro da empresa também tem caído nos últimos anos, embora esteja mais alto do que em 2016, quando atingiu seu nível mais baixo, de 67,8 bilhões de dólares. Em 2019, o lucro foi de 76,9 bilhões de dólares.
Confira a nota na íntegra:
“O grupo Sony sempre adota medidas para fortalecer a estrutura e a sustentabilidade de seus negócios, para responder às rápidas mudanças no ambiente externo. Nós decidimos fechar a fábrica em Manaus ao final de Março de 2021 e interromper, em meados de 2021, as vendas de produtos de consumo pela Sony Brasil, tais como TV, áudio e câmeras, considerando o ambiente recente de mercado e a tendência esperada para os negócios. A Sony está tomando todas as medidas necessárias e está muito comprometida como empresa em empenhar seus esforços para garantir todos os direitos, o melhor tratamento e cuidados especiais aos seus colaboradores. Sony Brasil continuará a oferecer todo suporte ao consumidor para os produtos sob a sua responsabilidade comercial de acordo com as leis aplicáveis e sua política de garantia de produtos. Os demais negócios do grupo Sony no Brasil (Games, Soluções Profissionais, Music e Pictures Entertainment) continuarão a manter sua forte atuação no mercado local.”