Covid-19: CEO da Moderna diz que proteção de vacina da companhia pode durar ‘anos’

O CEO do laboratório americano Moderna, Stephane Bancel, afirmou nesta quinta-feira que a vacina contra a Covid-19 desenvolvida pela companhia oferece proteção contra o novo coronavírus “por anos”.

Ainda não há, contudo, dados científicos sobre a duração da imunidade gerada por imunizantes e pela infecção natural pelo Sars-CoV-2.

A fórmula da Moderna já foi aprovada pelos Estados Unidos, Canadá, Israel e União Europeia (UE).

Estudo publicado na revista científica New England Journal of Medicine respaldou a eficácia de 94,1% calculada pelos ensaios clínicos da Moderna, mas não há dados sobre quanto tempo durará imunidade proporcionada pela fórmula.

A pandemia da Covid-19 impôs um grau de emergência no desenvolvimento de vacinas, aprovadas em regime emergencial em diferentes países.

Como a condução de ensaios clínicos e os procedimentos de farmacovigilância demoram anos, a duração da imunidade desenvolvida pelas vacinas ainda não é conhecida por cientistas e pelas reguladoras de saúde.

— O cenário de pesadelo descrito na mídia há alguns meses, com (a possibilidade de) vacinas funcionando por apenas um mês ou dois está fora de cogitação — disse Bancel, em um evento organizado pelo grupo financeiro Oddo BHF. — O decaimento dos anticorpos gerados a partir da vacina em humanos ocorre de forma bem lenta. Acreditamos que haverá, potencialmente, proteção por alguns anos.

Bancel disse, ainda, que a empresa deve apresentar em breve dados que comprovariam a eficácia de sua vacina contra as variantes do Sars-CoV-2 identificadas inicialmente no Reino Unido e na África do Sul, e posteriormente no Brasil.

O CEO da Moderna também prevê que a oferta global de doses do imunizante pode chegar a 1 bilhão neste ano.

A previsão inicial para 2021 era de 500 milhões, e foi atualizada para 600 milhões na última segunda-feira.

Bancel não detalhou, no entanto, como a companhia ampliaria a produção em 400 milhões de unidades.

A declaração foi feita apenas um dia após a aprovação da fórmula pela União Europeia. A Moderna integra a Covax Facility, coalizão global liderada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) que visa universalizar o acesso às vacinas.

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