A crise migratória na cidade de Assis Brasil, município acreano que faz fronteira com o Peru, pode causar sérios prejuízos às indústrias frigoríficas locais. O alerta é feito pelo Sindicarnes, que tem acompanhado com grande preocupação toda essa problemática que já se arrasta há algumas semanas.
O diretor do Sindicato das Indústrias de Frigoríficos e Matadouros do Estado do Acre, Nene Junqueira, diz que o bloqueio na Ponte da Integração impede no momento a passagem de 100 caminhões com carga que estão do lado peruano e outros 30 que estão em território acreano.
“Será que se esse bloqueio ocorresse no Porto de Santos as autoridades já não teriam solucionado? Como estamos distantes dos grandes centros, em uma fronteira com menor circulação, não tem sido dada a necessária atenção para essa situação grave”, questiona Junqueira.
Ele afirma que o Sindicarnes e as indústrias frigoríficas são solidários aos imigrantes e estão dispostos a ajudar com alimentação, roupas e outros produtos necessários, no entanto, avalia que o bloqueio da estrada pelos manifestantes não é uma forma pacífica de protesto.
“A indústria frigorífica pode perder contratos de exportação se não cumprir as datas previstas de envio dos produtos. Há exportações a serem feitas no fim deste mês pela Ponte da Integração e não temos garantia nenhuma de que esse problema será solucionado rapidamente. Quem vai pagar essa conta? Essa situação pode agravar e inviabilizar o trabalho das poucas indústrias acreanas que conseguem exportar. Precisamos que essa estrada seja liberada e essa crise migratória tem que ser resolvida urgentemente”, enfatiza o diretor do Sindicarnes.